COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.O SONHO ACABOU.
Nobres:
Mesmo que a presidente Dilma insista fundamentada na
inverdade programática de seu governo que se tornou padrão, mas para
majoritária sociedade descompromissada do lulismo e, já não há mais dúvida de
que os brasileiros estão desafiados a enfrentar uma crise econômica, prolongada,
direcionada pela corrupção representada pela recessão, pela volta da inflação
alta e o aumento do desemprego e pelos conflitos sociais decorrentes da deterioração
dos serviços básicos. Os indicadores econômicos expõem uma realidade da qual
ninguém, do setor público aos cidadãos, passando por todas as atividades
produtivas, estará imune. Instabilidades políticas potencializam uma crise que
o governo subestimou, durante pelo menos meio ano do segundo mandato, o que
contribuiu para o agravamento de um cenário de paralisia de investimentos e de
desconfiança generalizada com os próximos atos do Executivo. O Brasil, e não só
o governo federal, defronta-se com o que não mais pode ser negado. Austeridade
deixa de ser um jargão depreciado pelos próprios governantes para se
transformar em necessidade real, a começar pelos municípios brasileiros. Aqui
está raiz sedimentada pelos prefeitos que tem o mérito acompanhado peã
irracionalidade do povo carente de quase todos os municípios, especialmente
pequenos em tudo. Comunidades que durante décadas adiaram soluções
administrativas, imitando o que há de pior do governo central, terão de se
submeter ao arrocho e racionalizar seus orçamentos. Há dados concretos sobre o
descontrole dos municípios, no contexto de uma crise que é também de gestão do
setor público. Baseado em estudos de diversas fontes da economia de quase todos
os estados da federação brasileira, comungam por unanimidade, que oito de cada
10 prefeituras estão em situação fiscal crítica ou difícil e 15% não cumprem a
Lei de Responsabilidade Fiscal. A grande maioria tem deficiências graves de gestão, e o retrato das
dificuldades é o mesmo enfrentado também pelos Estados. Mas a crise apenas
denuncia insuficiências que vinham sendo encobertas por um longo período de
prosperidade. União, Estados, municípios, instituições e também as famílias
brasileiras são desafiadas a adequar demandas, projetos e custos mais
elementares do orçamento cotidiano a um ambiente de incertezas. Infelizmente,
planos de investimentos terão de ser adiados e despesas correntes, cotidianas,
serão cada vez mais adequadas a essa realidade. É uma situação até então
desconhecida pelas novas gerações, inclusive a que já ingressou ou tenta ingressar
no mercado de trabalho. Revertem-se expectativas imediatas e frustram-se sonhos
de médio e longo prazo dos que almejavam melhorias importantes na qualidade de
vida também desses jovens. O que já se sabe, pelas experiências anteriores, é
que todos receberão lições da recessão, e que o cidadão oferecerá sempre os
melhores aprendizados. Sem resignação, espera-se que o país saia da crise
melhor do que entrou, com este governo e com outro governo.
Antônio
Scarcela Jorge.
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