CUNHA AGRADECE A PETISTAS POR HOSTILIDADE: 'ESTOU NO CAMINHO
CERTO'.
Presidente da Câmara foi vaiado em congresso do PT em Salvador.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
"agradeceu" aos petistas por vaias e críticas dirigidas a ele durante
o 5º Congresso Nacional do PT neste sábado (13) em Salvador. Com ironia, ele
disse que "ficaria preocupado é se fosse aplaudido lá".
"Quero agradecer as manifestações de hostilidade
no congresso do PT. Isso é sinal que estou no caminho certo", escreveu o
deputado na rede social na noite deste sábado.
Durante o encontro do PT, militantes e
dirigentes gritavam "Fora Cunha! Fora Cunha!" antes da
votação de um trecho da resolução final do congresso - documento que consolida
as posições do partido sobre a atual situação da política e da economia.
Durante as discussões, várias lideranças propuseram fim da aliança com o PMDB.
Neste domingo (14), Cunha disse que PMDB está
"cansado de ser agredido pelo PT constantemente". "É por isso
que declarei ao Estadão que essa aliança não se repetirá, numa referência a
entrevista publicada pelo jornal "O Estado de S. Paulo".
"Talvez tivesse sido melhor que eles aprovassem
no congresso o fim da aliança e não sei se num congresso do PMDB terão a mesma
sorte", completou Cunha.
No congresso do PT neste sábado, para defender o
rompimento, Julio Turra, que também é dirigente da CUT, disse que na Câmara o
partido é tratado como se fosse "reles partido minoritário" pelo
PMDB. Ele citou Cunha como "alvo de mobilizações, de denúncias e de
ataques de todos os movimentos sociais aliados".
"Para além do fato de o PMDB representar os
interesses das oligarquias mais retrógradas e reacionárias do Brasil, os
homofóbicos, os evangélicos, os que atacam os LGBT, os que atacam os
direitos das mulheres, os que são contra uma reforma política democrática no
Brasil, estão abrigados majoritariamente no PMDB", afirmou.
Ao final, porém, delegados decidiram tirar da versão
final uma parte que pregava uma revisão das alianças do partido para as
eleições de 2016. O trecho dizia que "o presidencialismo de coalizão está
esgotado" e que a crise política tem levado o partido a dar "espaço e
poder ao principal 'aliado', muitas vezes sabotador do governo, o PMDB, que
opera pela contrarreforma política, pela revisão do regime da partilha do
pré-sal e pela terceirização completa do trabalho".
Para derrubar esse trecho, parlamentares petistas que atuam
na linha de frente governista no Congresso buscaram defender a aliança com o
PMDB em nome da "governabilidade". "Não é porque agora uns
oportunistas de ocasião como surgiram muitos na história da humanidade,
conseguiu alçar vôo e ocupar a presidência da Câmara dos Deputados, que vamos
mudar nossa política por conta dessa pessoa", afirmou o deputado Carlos
Zaratini (PT-SP), ao defender a manutenção da aliança, numa referência indireta
a Cunha.
"Nós não podemos ter ilusão no Congresso. Nós
também não podemos achar que, a partir de hoje, a presidente Dilma vai ter
maioria no Congresso para votar os projetos que advêm da mobilização social. A
governabilidade congressual é também necessária... Ou o PT não está fazendo
isso todo dia no Congresso Nacional? Nós não podemos levar o governo Dilma para
o isolamento no Congresso", afirmou o deputado José Guimarães (PT-CE),
líder do governo na Câmara.
Fonte: Agência Brasil.
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