A senadora
tucana Lúcia Vânia (GO) que anunciou recentemente sua desfiliação do PSDB,
partido ao qual estava filiada há 20 anos. O destino mais provável é o PSB.
A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de liberar
os senadores para mudarem de partido sem perder o mandato abriu uma intensa
temporada de negociações entre legendas e políticos em busca de novas legendas.
Um levantamento feito pela reportagem mostra que pelo
menos 12 dos 81 parlamentares estão "negociando o passe" com outras
siglas.
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A maioria deles, porém, prefere não tratar abertamente
do tema para evitar retaliações dos atuais partidos, como a retirada de cargos
em comissões da Casa.
O principal afetado seria o PT, que passa por uma
crise interna em razão do que pode ser considerada a tempestade perfeita: além
da Operação Lava Jato, que atingiu quadros petistas, o incômodo cresceu com o
impopular pacote de ajuste fiscal assinado pelo ministro da Fazenda, Joaquim
Levy.
Cinco senadores da sigla estão na mira de outros
partidos. O principal destino deve ser o PSB.
Mas a primeira mudança "oficial" foi a da
senadora tucana Lúcia Vânia (GO), que anunciou sua desfiliação do PSDB, partido
ao qual estava filiada há 20 anos. O destino mais provável é o PSB.
Um senador conta, em caráter reservado, que o Palácio
do Planalto entrou em campo para evitar uma debandada e conseguiu pelo menos
adiar o processo.
Entre os poucos que falam abertamente sobre o assunto
está o petista Paulo Paim (RS). "Decidirei para onde vou até o fim do ano.
Tenho dialogado com muita gente", diz. O senador conta que um grupo de
colegas de várias legendas tem se reunido regularmente para debater a mudança e
a possibilidade de uma saída em bloco.
"Existem uns dez senadores discutindo mudar de
partido. O que é mais determinante é a situação deles nos Estados", conta
o senador Cristovam Buarque (PDT-RS).
Apesar de dizer que foi procurado com propostas para
deixar a legenda trabalhista, ele descarta a ideia, pelo menos por ora.
Assédio.
No fim de maio, por maioria de votos, os ministros do
Supremo concluíram que os mandatos dos senadores pertencem à pessoa eleita e
não ao partido.
Uma das agremiações que tenta surfar na brecha para a
troca partidária é o pequeno PPL - Partido Pátria Livre. Vários senadores
relataram que foram procurados por interlocutores da legenda nanica.
Nascido da costela do grupo MR8, que era ligado ao
ex-governador paulista Orestes Quércia, o PPL não conta com nenhum deputado
federal. Tem, portanto, pouco tempo de TV e parcos recursos do Fundo
Partidário.
Mesmo assim, os emissários do partido dizem que estão
dispostos a "refundá-lo" tendo como base e inspiração o Podemos, da
Espanha. O senador Walter Pinheiro (PT-BA) foi um dos sondados. Ele conta que
recebeu a visita de um ex-deputado. "Tomamos um café e ele me ofereceu
para presidir o diretório da Bahia", disse.
O senador baiano declinou o convite porque, segundo
ele, bate de frente com propostas que apresentou durante a discussão da reforma
política. Pinheiro disse que a possibilidade de mudança de partido está
descartada, ao menos até 2016.
"Estão vendo o PPL como uma possibilidade, mas
não cogitamos fazer uma refundação", disse Miguel Manso, secretário de
organização da legenda. Manso afirma que os senadores que aderirem à sigla
"sem dúvida" terão participação na direção.
Fonte: Agência Brasil.
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