COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.
NA CONTRAMÃO DA ECONOMIA.
Nobres.
A sociedade brasileira paga uma
conta elevadíssima por causa dos graves erros na condução da economia nos
últimos anos, e na contramão das aspirações do cidadão e que é necessário para
o país, o sistema bancário aumenta a cada mês seus resultados. Tal fato seria
até aceitável se não acabasse sendo o causador de mais entraves ainda para o
sistema produtivo. Este, ao contrário, vê diminuir cada vez mais sua
rentabilidade. Não é por aumento de eficiência ou produtividade que os bancos
aumentam sua rentabilidade em níveis absurdos que já representam há muito tempo
uma extorsão da classe produtiva e de toda a população brasileira. As taxas de
aplicação dos bancos também podem se alterar, para maior ou para menor, nos
momentos em que o governo aumenta os depósitos compulsórios, diminuindo a
quantidade de moeda disponível nas instituições financeiras para operações de
crédito, ou quando determina destinações obrigatórias e específicas, com juros
privilegiados, para certo volume de recursos captados (financiamentos
habitacionais, agrícolas entre outros. Uma simples leitura dos lucros
exorbitantes dos bancos praticado no Brasil trouxe conseqüências maléficas ao
setor produtivo e a toda a população. Além do custo fiscal, que direciona uma
parcela ainda maior da riqueza da população ao governo, além da redução do
investimento devido à alta taxa básica de juros, os bancos se apropriam da
maior parte da diferença entre as taxas de captação e de aplicação, com a
justificativa de remuneração de seu capital. Observe-se também a agravante de
que essa remuneração, além de relativamente elevada, é líquida do custo
representado pelo risco de inadimplência dos empréstimos, pago pelos bons
tomadores. Não parece demasiadamente alta a margem líquida dos bancos? Afinal,
qual a atividade produtiva, no Brasil, que alcança um grau de lucratividade em que
bancos tiveram o maior lucro de sua história no primeiro trimestre de 2015. O
lucro líquido alcançou 22% do patrimônio dessas instituições neste período. A
população endividada, com poucas condições de consumir, fica ainda mais
sufocada por qualquer tipo de parcelamento ou financiamento de que precise. As
empresas, notadamente as pequenas e médias, com dificuldade de obtenção de
crédito, se vêem forçadas a, no desespero, contrair dívidas com juros e taxas
cada vez mais extorsivos. Como falar em desenvolvimento com situações como
essas? Algo precisa ser feito para recompor o dinamismo do lado real da
economia que produz, gera milhões de empregos e distribui bens e serviços para
o cidadão, já tão desanimado pela supressão de sua capacidade de consumo em
razão da elevada carga tributária e da falta de qualidade dos serviços públicos.
Os bancos (sistema financeiro), bem como todos os agentes da economia, devem
contribuir efetivamente para a retomada do desenvolvimento do país.
Antônio Scarcela Jorge.
Nenhum comentário:
Postar um comentário