sexta-feira, 12 de junho de 2015

COMENTÁRIO - SCARCELA JORGE - SEXTA-FEIRA, 12 DE JUNHO DE 2015

COMENTÁRIO­
Scarcela Jorge.

REFORMA POLÍTICA
EM DISCUSSÃO.

Nobres:
Tornou-se eloqüência, porém de importância relevante a questão da reforma política. Neste aspecto o exercício da memória do nosso povo brasileiro em se tratando de política, curta por excelência, ou se proclama pela indiferença que despreza ao malfadado segmento do político concentrado neste país. Há pouco tempo foi aprovado em primeiro turno o fim da reeleição para cargos do Executivo (presidente, governadores e prefeitos). Para discorrer no ensejo, anuímos em tese que a reeleição é uma das principais causas da corrupção e da tentativa de partidos e políticos buscar se perpetuar no poder. No Brasil, com problemas graves de desigualdade e de infraestrutura, bem como de educação, são insuficientes para se pensar em ações de médio e longo prazo, mas isso não quer dizer que esses projetos sofram interrupção no mandato do governo, sendo ele o paternalismo de um só governo. Se assim fosse, por exemplo, a transposição do Rio São Francisco, um projeto, que agora não passou de atos eleitoreiro, e que ainda hoje o Sarney estaria no governo e se transformaria em imortal para consolidar “este magnífico projeto”. É possível que esse “aberrante” tema volte à baila dado a conturbada reeleição de Dilma Rousseff, pois já caminhamos para o sexto mês de governo sem que nada de positivo possa ser apresentado à sociedade brasileira. No entanto, não nos esqueçamos de que ela venceu, e que se seu governo é pífio, cabe um aprendizado democrático: votar com mais consciência e não acreditar tanto em propaganda concebida pelos “gênios” do marketing político. Outro tema sensível é o financiamento de campanha: público, privado ou misto. Não há fórmulas mágicas. Ao que tudo indica, é o sistema misto, com parte dos recursos públicos e parte privado (de empresas e de cidadãos) que a bem da corrupção deve prevalecer. O interessante seria limitar as doações a fim de inibir a força do poder econômico sobre o poder político. No patético à escolha dos deputados, temos o sistema proporcional. Esse sistema é muito criticado quando se vota num candidato celebridade e este acaba transferindo votos e elegendo outros candidatos de seu partido ou de partidos aliados que não seriam eleitos sozinhos. Entretanto somos adeptos do voto distrital misto, mas não sem antes pensar numa bem articulada campanha de educação cívica e política.  Outros temas também fazem parte da reforma política: o mandato para o Executivo de cinco anos obviamente com fim da (infecta) reeleição; a obrigatoriedade ou não do voto; um tema que deveria ser discutido observando o bom-senso e o não corporativismo. Existe entre as propostas da reforma uma nova alternativa – a implantação do recall; - nada mais é do que a população poder revogar o mandato de um governante por meio de consulta popular. Há aqui benefícios e riscos. Um candidato que diz algo e quando eleito faz justamente o contrário poderia ser “convidado” a se retirar e tentar a sorte noutra oportunidade. O exemplo está a nossa frente! Em síntese, a sociedade brasileira está alheia a toda esta discussão. Excepcionalmente, só os políticos, na grande maioria, vão discutir a reforma política e votarão guiados pela conveniência e não pela racionalidade e pelo espírito democrático e republicano. Porém um grande segmento da sociedade deve ganhar maturidade, enfim todos, indistintamente, devem estar atentos e se envolver nesta discussão.
Antônio Scarcela Jorge.

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