COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.
DESPERTOU DO PESADELO QUE PERDUROU EM DÉCADAS.
Nobres:
Brasileiros e brasileiras! – no cotidiano dos
políticos, expressam tudo que vai além de nossa imaginação: entrar no
controverso das atitudes é conceito em qualificar. Nesta alusão, ficamos
estarrecidos em função da crítica do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao
Partido dos Trabalhadores foi, no mínimo, desconcertante: “A gente só pensa em
cargo, só pensa em emprego, só pensa em ser eleito, ninguém trabalha mais de
graça”. Em complemento, o homem que saiu do poder como presidente mais popular
da história do país chicoteou-se a si próprio: - “Eu, que sou uma figura
proeminente do PT, tenho 69 anos, estou cansado. Estou falando as mesmas coisas
que falava em 1980″. - O desabafo de Lula foi feito na última segunda-feira, no
seminário “Novos desafios da democracia”, promovido pelo seu próprio instituto,
que acaba de entrar na alça de mira da Operação Lava-Jato por suas relações com
empreiteiras envolvidas no escândalo da Petrobras. Mais: o ex-presidente fez
esse ato de contrição partidário e pessoal no momento em que o governo da
presidente Dilma Rousseff enfrenta sérias dificuldades, com a economia
estagnada, problemas na base parlamentar e popularidade em queda. O próprio
Lula, avaliado pelo Instituto Datafolha como provável candidato à reeleição,
aparece abaixo do candidato oposicionista Aécio Neves. O momento ruim do
governo tem a ver com a Operação Lava-Jato, mas deve-se muito mais aos estragos
na economia, causados pela política equivocada de gastos desmesurados para
financiar um projeto de poder. É esse projeto que o próprio Lula está questionando
agora, numa tentativa quase desesperada para recuperar a própria imagem e do
partido que ajudou a fundar com a bandeira da ética, da integridade e da
igualdade. Neste momento de perplexidade e contradições, ganha atualidade uma
sentença do ex-deputado Ulysses Guimarães: - “não é o poder que corrompe o
homem _ o homem é que corrompe o poder”. – é a retórica realista que impera o
seu “lulopetismo” em nossos dias.
Antônio Scarcela Jorge.
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