SE DEPENDER DA
FAZENDA, GOVERNOS NÃO TRANSFEREM RENDA, AFIRMA LULA.
Ex-presidente participou de
conferência da FAO em Roma, na Itália.
Brasileiro José Graziano foi reeleito diretor-geral de órgão da ONU.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou
neste sábado (6) que, se um governante depender da vontade da área econômica de
um governo, nunca implementará um programa de transferência de renda.
A afirmação foi feita durante discurso na 39ª
conferência da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação
(FAO, na sigla em inglês), em Roma, na Itália.
"Se cada governante ficar dependendo da vontade
da área econômica do governo, se cada presidente ficar esperando que o ministro
da Fazenda diga que está sobrando dinheiro, ele nunca vai fazer um programa de
transferência de renda", disse o ex-presidente, depois de falar sobre
programas sociais brasileiros".
“Se cada governante ficar dependendo da
vontade da área econômica do governo, se cada presidente ficar esperando que o
ministro da Fazenda diga que está sobrando dinheiro, ele nunca vai fazer um
programa de transferência de renda."
Ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva.
A equipe econômica do governo brasileiro anunciou em
maio um corte de R$
69,9 bilhões no orçamento deste ano, o maior contingenciamento da história,
destinado a reequibrar as contas públicas. Em razão da política de ajuste, o
ministro da Fazenda, Joaquim Levy, enfrenta resistência
no próprio PT, partido da presidente, e entre políticos da
base aliada do governo. Segundo o Ministério do Planejamento, o
programa Bolsa Família, de transferência de renda, não sofreu cortes.
A assessoria de imprensa do Instituto Lula disse que o
ex-presidente fez a afirmação não especificamente em relação ao Brasil, mas
"de forma geral", em referência "ao papel desempenhado pelos ministros
da Fazenda".
Durante o discurso, Lula defendeu o Bolsa Família e a
importância da criação de um cadastro único para o programa. "Sabemos onde
mora cada pessoa que recebe esse dinheiro", disse.
"No Brasil, antigamente, se distribuía cesta
básica para o pobre. Nós achamos que a melhor coisa que podemos fazer para
garantir independência de alguém que precisa de ajuda do Estado é ele receber o
dinheiro e comprar o que ele quiser, da qualidade que ele quiser",
afirmou.
Lula disse, ainda, que a transferência de renda para
os pobres é benéfica para o conjunto do país. "Faz crescer a demanda, o
comércio, a produção, os empregos, e gera um círculo de desenvolvimento",
disse.
Eleição.
Ministro de
Segurança Alimentar e coordenador do Programa Fome Zero durante o governo
Lula, o brasileiro José Graziano da Silva, foi reeleito neste sábado (6) como diretor-geral da FAO. Único candidato ao
cargo, ele foi reconduzido com os votos de 177 dos 182 países presentes à 39ª
conferência da entidade, em Roma.
Eleito pela primeira vez em junho de 2011, Graziano
ficará no cargo por mais quatro anos, até julho de 2019.
Agrônomo, professor e escritor, José Graziano foi
ministro extraordinário de Segurança Alimentar e Combate à Fome enquanto a
pasta existiu, entre 2003 e 2004, no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da
Silva como presidente. Ele coordenou a elaboração do programa Fome Zero, dando
também início à sua implementação.
Fonte: Agência Globo.
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