COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.
POLÍTICA ECONÔMICA
DESCONECTADA.
Nobres:
Parece ser impossível conciliar a crise econômica
junto a politicagem do governo ante o poderio corrupto de seus aliados.
Sinteticamente vem aplicando ajustes para recobrar fundamentos macroeconômicos
como a volta do nível de preços ao centro da meta inflacionária e superávit
fiscal. Objetivos certos, mas forma errada, porque estão protagonizadas pela
ortodoxa elevação da taxa de juros indexada a títulos da dívida pública. Isso
provoca não uma crise, mas uma avalanche de outras elevadas taxas de juros que
onera consumidores, investidores e, irracionalmente, o próprio setor público.
Este é, sim, um movimento recessivo de curto prazo. É como se estivéssemos,
propositalmente, colocando um combustível de baixa qualidade para
desacelerarmos o nosso carro. Sabemos que isso provocará danos ao motor com
custos muito mais elevados lá na frente. A soma das multiplicidades de
processos em desorganização na indústria nacional, a obsolescência da atual
matriz tecnológica e a não inserção competitiva no Brasil no mundo é a face da
crise que está há anos sendo ocultada com estas políticas paliativas de curto
prazo. Além de estragar o motor e o desempenho do metafórico “nosso carro”, o
modelo está focado em dar sobrevivência, com elevados custos, a um modo de
regulação entre Estado e produção que não é mais o padrão mundial de
competitividade. Acrescente-se uma dose elevada de frustração de vários
segmentos sociais por não alcançarmos uma melhor distribuição efetiva de renda,
e vir à tona dos esquemas de corrupção, e pronto: temos os fundamentos para
conceituar a atual crise. Também sabemos que depois dos atuais ajustes, “nosso
carro” irá começar a andar novamente numa velocidadezinha suficiente para
acalmar a opinião publica, postergando o verdadeiro enfrentamento da crise.
Precisamos materializar a ascensão da inovação como meta para o
desenvolvimento, senão a trilha “ética, educação, cultura, economia,
desenvolvimento” continuará sendo movida
por outros países em outros modos de veículos. Não deve instar o modelo
ideológico naturalmente contrário os princípios da economia mundial, com a
gravidade da corrupção embutida por méritos deles, é ressuscitar o malogrado
“marxismo” que não produziu efeitos nenhum.
Antônio Scarcela Jorge.
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