terça-feira, 2 de junho de 2015

EXCELENTÍSSIMO ÉTICO


ÍCONE DO PODER JUDICIÁRIO » JOAQUIM BARBOSA DIZ QUE POLÍTICA NO BRASIL VIROU UMA "COISA DESAGRADÁVEL".

- “Vou continuar a cumprir meu papel de “vigia do poder”.

O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro aposentado Joaquim Barbosa, demonstrou pessimismo sobre a política brasileira. 

Ontem, em Israel, onde recebeu o título de “doutor honoris causa” da Universidade Hebraica de Jerusalém, o magistrado disse que a “política no Brasil se tornou uma coisa desagradável”. Em 2014, Joaquim Barbosa chegou a ser cotado como eventual candidato à Presidência da República por conta da popularidade alcançada durante o julgamento do mensalão do PT.

Na avaliação do ex-ministro, o Brasil avançou muito no combate à corrupção, sobretudo, com a independência do Poder Judiciário. Para ele, o país “aprendeu muito” com o resultado do julgamento do mensalão. “No Brasil, os operadores do sistema de Justiça têm mecanismos de defesa. Juízes têm garantias de independência muito forte. O Ministério Público também, sem interferência de governo”, disse.

Porém, o otimismo não é suficiente, ainda, para impulsionar sua carreira política. “Nada em vida pública me encanta mais”. Joaquim Barbosa ainda citou o julgamento do mensalão, escândalo de compra de votos no Congresso durante a gestão do ex-presidente Lula, como um grande aprendizado para o país. Mas as lembranças ficaram por aí.

O ex-ministro não costuma falar dos desdobramentos do processo. “Quanto ao mensalão, isso é coisa do meu passado. Agora estou em outra”.

Sobre a Operação Lava-Jato, que investiga os casos de desvios de recursos da Petrobras para políticos e construtoras, o ex-ministro diz que não vem acompanhando as apurações. No entanto, Barbosa não acredita que o mensalão tivesse um final diferente caso houvesse tantos casos de delação premiada.  “São momentos diferentes”. O ex-ministro, que deixou o cargo em 2014 após 11 anos de carreira, afirmou que vai continuar a cumprir seu papel de “vigia do poder”.

Além do ex-ministro brasileiro, também receberam o título da universidade o ex-presidente de Israel Shimon Peres, o ministro do Exterior da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, e o presidente do Museu do Holocaustro, Avner Shalev. Barbosa foi descrito pela Sociedade Brasileira dos Amigos da Universidade Hebraica de Jerusalém, organizadores do evento, como “proeminente figura pública cuja história do triunfo sobre a desigualdade e a firme oposição à corrupção tem inspirado milhões”.
Fonte: Agência Reuters.

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