Jogadores, técnicos e ex-atletas profissionais de
futebol que integram o Bom Senso FC pediram nesta segunda-feira (8) a renúncia
do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Marco Polo Del Nero.
Para o grupo, que defende a profissionalização e a moralização do futebol
brasileiro, é pouco provável que a confederação, sob a gestão de Del Nero,
aprove medidas que tornem a modalidade esportiva mais democrática e
transparente.
Em nota, o Bom Senso defendeu a convocação de novas
eleições para escolher, até o fim do ano, uma nova diretoria para a CBF,
entidade responsável por implementar as propostas de mudanças estatutárias
defendidas pelo grupo.
De acordo com a nota do Bom Senso, “o torcedor, a
comunidade do futebol e a sociedade brasileira cobram mudanças reais no modelo
de gestão da CBF”.
Entre as mudanças defendidas pelo grupo, o destaque é
a limitação de mandatos para a presidência da CBF. O Bom Senso defende somente
uma reeleição. O grupo também reivindica democratização das instâncias de
decisão da CBF, como o Colégio Eleitoral, a Assembléia Geral e os conselhos
técnicos.
As lideranças do Bom Senso querem a garantia do
direito proporcional de voto aos atletas, técnicos e gestores, além do direito
a voto, na Assembléia Geral da CBF, para clubes de todas as divisões do
campeonato brasileiro e banir do esporte envolvido com escândalos de corrupção.
Em seu site, o Bom Senso explicou as razões das
propostas de mudanças no futebol brasileiro. Segundo o grupo, mesmo com o
rótulo de país do futebol, o Brasil ocupa hoje a 18ª posição no ranking da
média de público que frequenta estádios, atrás de Estados Unidos e Austrália.
Segundo o Bom Senso, os clubes brasileiros devem
bilhões à Previdência Social e à Receita Federal. Dos cerca de 20 mil atletas
profissionais em atividade no Brasil, aproximadamente 16 mil recebem valores
inferiores a dois salários mínimos, ou seja, menos de R$ 1.576 mensais. A
maioria desses jogadores fica pelo menos seis meses desempregada por causa do
tempo de inatividade dos pequenos clubes e pela ausência de um calendário
nacional.
VEJA A NOTA DO BOM SENSO FC:
"A partir da prisão de Marin e da renúncia de
Blatter, o Torcedor, a comunidade do futebol e a sociedade brasileira cobram
mudanças reais no modelo de gestão da Confederação Brasileira de Futebol.
O Bom Senso FC reitera a público as propostas de
mudanças estatutárias que visam democratizar a CBF e iniciar o processo de
renovação reivindicado pelos torcedores, por ídolos do nosso futebol e por
amplas parcelas da mídia e da sociedade.
1) limitação de mandatos, permitindo apenas 1 (uma)
reeleição à Presidência da entidade;
2) Democratização das instâncias de decisão da CBF,
como o Colégio Eleitoral, a Assembleia Geral e os Conselhos Técnicos,
garantindo direito proporcional de voto aos atletas, técnicos e gestores;
3) direito a voto a todos os clubes participantes do
Campeonato Brasileiro, de todas as divisões, na Assembleia Geral da CBF;
4) diminuição da cláusula de barreira: apoio de 1
(uma) Federação ou de 1 (um) clube para inscrição de chapas à Presidência da
CBF;
5) adoção das medidas de Fair Play Financeiro
previstas no texto original da MP 671;
6) banimento do esporte de todos os envolvidos com
escândalos de corrupção.
Pelo posicionamento público dos dirigentes da CBF e pelas
informações obtidas pela imprensa, não acreditamos que a Assembléia Geral da
próxima quinta-feira, dia 11, sob o comando de Marco Polo Del Nero, aprove
essas medidas democratizantes.
Diante disso, defendemos a renúncia imediata do
presidente Del Nero ao seu cargo e convocação de novas eleições para a CBF até
o final do ano, já com as propostas de mudanças estatutárias em curso.
Bom Senso Futebol Clube, por um futebol melhor para
todos.
Fonte: Agência Brasil.
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