COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.
Nobres:
Concernente a proposta do governo sobre “ajustes
ficais” tem sido reiterado e repercutido, em todas as esferas e com veemência
cada vez maior, o discurso de que o poder público precisa “apertar o cinto” e
“fazer ajustes” para reduzir gastos desnecessários. Já é lugar-comum a noção de
que a máquina pública gasta muito e gasta mal. Entretanto, os ajustes em curso
parecem não visar a tornar mais eficiente o uso do dinheiro do contribuinte, e
sim, garantir privilégios. Na lógica atual, os trabalhadores arcam com o ônus
da crise. Ao cortar na própria carne, o governo é a navalha, e os trabalhadores
são a carne. Os mesmos congresso e governo federal que atacam e precarizam
direitos trabalhistas e previdenciários triplicam a verba de custeio dos
partidos. Enquanto é propalado que os tempos são de vacas magras, o presidente
da Câmara, Eduardo Cunha, empenhou-se em aprovar projetos bilionários de
construção de shopping e prédios para uso parlamentar com dinheiro público. Os
ajustes tão urgentes só farão sentido se forem estendidos a todos, sem
favorecimentos. Não é justo que os trabalhadores continuem sendo penalizados,
enquanto poucos seguem sendo favorecidos quando o assunto é austeridade com o
dinheiro público torna-se uma contradição e interesses genuinamente para quem
abriga no poder.
Antônio Scarcela Jorge.
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