quarta-feira, 3 de junho de 2015

COMENTÁRIO - SCARCELA JORGE - SEXTA-FEIRA (ÁS 15 HORAS) 03 DE JUNHO DE 2015

COMENTÁRIO­
Scarcela Jorge.

EXPERIMENTO FALHO.

Nobres:
Finalmente o país amargou de uma infeliz experiência que de certo modo revelou muitos de nossos políticos na ânsia corrupta e na negociata com grupos econômicos, marginais de toda espécie, enfim, promoveu e ainda irá promover o que principia a ruptura moral do eleitor que poderia ser a “feição do voto”, onde as eleições foram promovidas a compra do voto, numa negociata absurda que na maioria dos eleitos compravam o voto, sem que a justiça eleitoral não potenciasse a fiscalização nos pleitos eleitorais. “O bem da verdade” negociadores visando obter um cargo eletivo “estão lascados” com dívidas com os mafiosos, que promoveram e se sustentaram com a reeleição, embora haja tempo gradual para sair refém dos agiotas da reeleição. Por esta razão, talvez, foi votar favoravelmente pelo fim da reeleição. No fundamental ensejou a unanimidade partidária em torno da emenda que extingue a reeleição para presidente da República, governadores e prefeitos demonstra inequivocamente o fracasso da experiência no Brasil. Ao aprovar em primeiro turno o fim da alternativa de recondução ao cargo, a Câmara deu o primeiro passo para o retorno ao modelo de mandato único e extensão do prazo para cinco anos. A mudança ainda precisará passar por votação em segundo turno na Câmara e pelo Senado. Mas é oportuna e se constitui no melhor para o país. Em tese, como demonstram democracias mais evoluídas, a alternativa tende a favorecer os cidadãos. Um mandato de quatro ou cinco anos pode ser insuficiente para um dirigente promover mudanças mais substanciais ou pôr em prática programas de maior complexidade. Na prática, porém, o que se tem visto é que a reeleição acaba dando margem a distorções, incluindo corrupção. A própria aprovação desse mecanismo, em 1997, gerou muita polêmica. Agora, embora sem o debate necessário para uma medida dessa importância, a alteração vai valer apenas para prefeitos eleitos em 2016 e para governadores e presidente da República eleitos em 2018, o que evita prejuízo para quem já está no exercício do mandato. A perspectiva do fim da reeleição para cargos executivos é promissora, mas não pode dar margem a prejuízos para programas que não devem ser descontinuados. É o caso, entre outros, dos relacionados à educação e infraestrutura, que não podem depender de quem, eventualmente, está no poder. É o melhor raciocínio da unanimidade política.
Antônio Scarcela Jorge.

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