COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.
CONTRADIÇÃO EVIDENTE.
É intolerável a proposta da alta cúpula majoritária do
PT para que retorne a famigerada CPMF, o imposto sobre movimentação financeira
que já atormentou a vida dos brasileiros sob o pretexto de financiar a saúde
pública. A idéia vem sendo propagada dentro do próprio governo e ganhou o aval
de lideranças petistas empenhadas em manter posições hegemônicas no congresso
nacional do partido. É uma proposta sem nexo com a realidade, quando a
transferência de renda para os governos passou do razoável e mesmo assim deve
ser ampliada, com as taxações resultantes, por exemplo, das novas concessões de
serviços para a iniciativa privada, especialmente nas rodovias. Por este lado,
é também um deboche, uma sem-vergonhice daqueles que há pouco tempo apregoavam
e protestavam em desfavor da famigerada CPMF. Envolto ao roubo que figurões do
Partido, onde aquilo que estimada o caráter daqueles pseudo-s honrados e que
foram transformados em marginais, não encontram outra saída para mostrar o que
são e abusam de atos praticados com a
sociedade, num momento em que a elite administrativa não para de criar
penduricalhos para elevar seus vencimentos, em contraste com a crise financeira
e o aumento do desemprego. Sugerir a volta da CPMF é conspirar contra a
racionalidade buscada pelo Executivo no ajuste fiscal. O imposto caiu em 2007
por não cumprir com o que prometia, e a saúde ficou pior do que estava. Os
mesmos que tentam ressuscitá-lo contribuíram para que fosse desmoralizado. O
que a saúde precisa é de qualificação de gestão, para que elimine desperdícios,
ineficiência e corrupção, que achamos difícil para quem pratica esse conjunto
de anomalias. Podemos ainda imaginar em meio a um suposto esforço para acertar
suas contas, está na hora de o poder público abandonar improvisações e adotar
modelos como o do Orçamento Base, pelo qual a previsão orçamentária para o ano
seguinte não se baseia preguiçosamente no gasto do ano anterior, acrescentado
da inflação ou de algum outro tipo de reajuste, mas sim na previsão do que
realmente o órgão público ou a instituição precisam para operar com eficiência,
ou é tudo uma forma de sustentação no poder que fatalmente se tornará inviável.
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