Modelo foi utilizado para dividir licitações em obras da Petrobras,
segundo a Polícia Federal.
As empreiteiras Odebrecht e
Andrade Gutierrez, alvos da 14ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta
sexta-feira (19) pela PF (Polícia Federal), tratavam as regras do funcionamento
dos cartéis de licitação de grandes obras com o nome de “campeonato esportivo”,
segundo informações que estão no mandato de busca e apreensão às empresas.
O documento detalha uma das
tabelas produzida com as preferências das empreiteiras sobre a distribuição das
obras da Petrobras no Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro). Na
ocasião, o nome das empreiteiras eram identificadas por siglas e trazia
anotações com as preferências de cada uma delas.
Odebrecht e Andrade Gutierrez,
alvos da 14ª fase da operação, recebiam, respectivamente, os códigos “CN”
(Construtora Norberto Odebrecht) e “AN” (Andrade Gutierrez).
Segundo a PF, existem ainda
tabelas nas quais eram atribuídas às nomenclaturas de "bingo
fluminense" para as preferências e de “jogadores” para as empreiteiras.
Tabelas semelhantes também foram encontradas nas preferências das obras da
Petrobras na Refinaria Abreu e Lima - Rnest (Refinaria do Nordeste), que fica
em Pernambuco.
De acordo com o mandato,
documentos similares também foram encontrados na empreiteira Engevix.
Onze presos.
Batizada de Operação Erga Omnes,
a 14ª fase cumpriu 59 mandados judiciais em quatro Estados do País, 38 mandados
de busca e apreensão, nove mandados de condução coercitiva, oito mandados de
prisão preventiva e quatro mandados de prisão temporária. Cerca de 220
policiais federais participam da operação.
Além dos presidentes da
Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e da Andrade Gutierrez, Otávio Marques
Azevedo,foram expedidos mandados de prisão para Marcio Faria, Rogério Araújo,
Alexandrino Alencar e Cesar Ramos Rocha, executivos da Odebrecht; o empregado
da Petrobras Celso Araripe; Elton Negrão de Azevedo Júnior, Paulo Roberto
Dalmazzo, Flávio Lucio Magalhães e Antônio Pedro Campelo de Souza, da Andrade
Gutierrez e o ex-funcionário da Odebrecht João Antônio Bernardi Filho. Desses
12, apenas Dalmazzo ainda está foragido e, segundo informações obtidas pela TV
Record, deve se entregar ainda hoje para Policia Federal.
Nesta nova fase da operação, a
polícia está expandindo os investigados nos crimes de formação de cartel,
fraude a licitações, corrupção, desvio de verbas públicas e lavagem de
dinheiro.
Os presos foram levados para a
Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, em avião da PF, onde
permanecerão à disposição da Justiça Federal.
Fonte: Agência Estado.
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