DELATOR AFIRMA TER LEVADO PROPINA A RENAN E JADER.
O empresário e advogado Felipe Parente, em depoimento à Lava Jato, afirmou ter entregue propina aos peemedebistas.
Ele foi citado pela primeira vez nas investigações pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.
O empresário e advogado Felipe Parente, novo delator
da Operação Lava Jato, afirmou em depoimentos ter entregue propina ao
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e ao senador Jader Barbalho
(PMDB-PA). Parente foi citado pela primeira vez nas investigações pelo
ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, que também assinou acordo de
delação com a força-tarefa da Lava Jato.
A informação foi publicada na edição deste fim de
semana da revista Veja. Segundo Machado, o empresário era encarregado de levar
propina para a cúpula do PMDB. Em troca, Parente recebia 5% dos valores
transportados.
O acordo de delação de Felipe Parente já foi homologado e, por
isso, tem valor legal.
De acordo com a reportagem, Parente anotava todas as
entregas que fazia e os locais onde se encontrava com intermediários dos
políticos. Em uma das entregas, Parente disse que teria que deixar a encomenda
para Jader Barbalho com uma pessoa chamada Iara.
Os investigadores acreditam
que possa se tratar de uma funcionária do senador chamada Iara Jonas, que
trabalha com o peemedebista há 22 anos. O delator teria reconhecido uma foto da
funcionária, de acordo com a reportagem.
Procurados, os acusados se manifestaram por meio de
nota. O presidente do Senado, Renan Calheiros, disse que não conhece Felipe
Parente e negou que tenha recebido qualquer vantagem indevida. A assessoria do
senador Jader Barbalho disse que ele não tem participação nos fatos
investigados pela Lava Jato. A assessoria disse ainda que o senador desconhece
se alguém recebeu dinheiro em nome dele. Iara Jonas, não quis se manifestar.
Sérgio Machado.
Indicado para o cargo por Renan Calheiros, Sérgio
Machado disse que a prioridade era atender aos políticos que ele apontou como
responsáveis pela nomeação.
Machado ficou no comando da subsidiária da Petrobras
de 2003 a novembro de 2014. Ele disse que políticos indicavam aliados para
cargos em empresas estatais para conseguir “o maior volume possível de recursos
ilícitos tanto para campanhas eleitorais quanto para outras finalidades”.
Segundo Machado, a função dos diretores indicados era
administrar as empresas e “arrecadar propina para os políticos que os
indicaram”.
Nos depoimentos, o ex-presidente da Transpetro disse
que repassou propina para mais de 20 políticos de vários partidos.
Em outro depoimento, ele afirmou que foram repassados
ao PMDB “pouco mais de R$ 100 milhões”, que tiveram origem em propinas pegas
pelas empresas que tinham contratos com a Transpetro.
Na delação, Machado disse que Renan Calheiros foi o
peemedebista que mais recebeu dinheiro ilícito: R$ 32 milhões. Até 2007,
segundo o delator, quem fazia as entregas para Renan era Felipe Parente.
<O Senhor - "com licença da palavra", é, bastante conhecido na região" para a infelicidade geral do Ceará, foi quase governador do Estado - dispensa apresentação em termos de roubo)
Em determinado período, segundo Machado, o presidente
do Senado passou a receber pagamentos mensais de R$ 300 mil, valor que
aumentava em ano de eleição, com doações oficiais.
Já Jader Barbalho, que segundo Machado pressionava
muito por propinas, teria recebido R$ 4,2 milhões enquanto o delator esteve à
frente da Transpetro.
(Com informações da Veja e G1).
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