terça-feira, 25 de outubro de 2016

PETROBRAS DO BRASIL









HÁ MOTIVO PARA 'CAUTELOSA ESPERANÇA' SOBRE VIRADA DA PETROBRAS, DIZ PARENTE.

Presidente da Petrobras falou durante abertura da Rio Oil & Gas.

Embora petroleira tenha plano estratégico, parte mais difícil é a execução.

O presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou nesta segunda-feira (24) que há motivos para que a petroleira tenha uma "cautelosa e justificada esperança" ao dizer que a empresa está se recuperando.

"Temos motivos para ter uma cautelosa e justificada esperança para dizer que a empresa foi recolocada em uma trajetória de recuperação", alertou. 

"Embora tenhamos hoje um bom e sólido plano estratégico, temos agora a parte mais difícil, que é executá-lo", analisou Parente, durante a abertura do Rio Oil & Gas, evento que ocorre a cada dois anos no Rio de Janeiro.

No final de setembro, durante a apresentação do plano de negócios e gestão 2017-2021, Parente disse que 2016 e 2017 serão os anos em que a Petrobras vai "apertar o passo" para alcançar a saúde financeira. 

"Depois desses dois anos, nós recuperamos o crescimento na nossa curva de produção e vamos ter um crescimento operando de maneira bastante disciplinada como tem que ser", afirmou na ocasião.

O plano de investimentos para o período divulgado em setembro é de US$ 74,1 bilhões - 25% menor que os US$ 98,4 bilhões previstos para o plano do período anterior, anunciado em janeiro deste ano.

O plano prevê também arrecadar US$ 19,5 bilhões com a venda de ativos (os chamados desinvestimentos) e parcerias  entre 2017 e 2018.

Com essa estratégia, a estatal diz buscar a "recuperação da solidez financeira" e reduzir sua enorme dívida, sem precisar fazer novas captações no mercado financeiro. 

Ao final de junho, o endividamento total da companhia era de R$ 397 bilhões.

Este plano é o primeiro sob a gestão de Pedro Parente, que chegou à presidência da Petrobras em junho, nomeado pelo presidente Michel Temer.

Apesar do aumento do desinvestimento, Parente garantiu que a Petrobras "não vai ser uma empresa menor em óleo e gás" e que o crescimento da produção deverá chegar a 30% a partir de 2019.

Confira os principais pontos do Plano de Negócios 2015-2019:

- Redução de 25% nos investimentos, para US$ 74,1 bilhões em 5 anos
- Meta de US$ 19,5 bilhões em vendas de ativos e parcerias entre 2017 e 2018.

- Empresa deixará setores de produção de biocombustíveis, distribuição de gás de cozinha, produção de fertilizantes e participações em petroquímica.

- Previsão de redução da alavancagem (termômetro de endividamento medido pela relação de dívida líquida/Ebitda) de 5,3 vezes em 2015 para 2,5 vezes em 2018.

- Estatal espera elevar a produção total, de 2,62 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed) em 2017 para 3,41 milhões de boed em 2021, sendo 2,77 milhões no Brasil

- Petrobras vê preço médio do barril de petróleo Brent a US$ 48 em 2017; para 2018, projeção é de barril a US$ 56, subindo para US$ 68 em 2019 e em US$ 71 em 2020 e 2021.

Investimentos prioritários.

O corte de investimento foi geral, mas a empresa continuará priorizando investimentos mais de 80% do total na exploração e produção.

A Petrobras prevê investimentos da área de Exploração e Produção de US$ 60,6 bilhões, sendo que 76% do montante será alocado para desenvolvimento da produção, 11% para exploração e 13% para suporte operacional. 

No plano anterior, a principal divisão da empresa receberia investimentos de US$ 80 bilhões.

Já a área de Refino e Gás Natural receberá investimentos de US$ 12,4 bilhões no período, sendo 50% destinados à continuidade operacional dos ativos e o restante a projetos relacionados ao escoamento da produção de óleo e gás. 

No plano anterior, a divisão de Abastecimento tinha uma previsão de US$ 10,9 bilhões e a de Gás e Energia, de US$ 5,4 bilhões.

Empresa fala em recuperação da solidez.

Segundo Parente, o foco nos próximos dois anos será a recuperação da solidez financeira da Petrobras.

"No horizonte total dos cincos anos desse planejamento, a nossa proposta é que a empresa tenha sido saneada, tenha padrões de governança e ética inquestionáveis para sustentar uma produção crescente, mas realista, e capaz de investir e se posicionar nos processos de transição por que passa o mercado de energia no mundo”, escreveu Parente, em comunicado.
Fonte: G1 – DF.

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