HÁ MOTIVO PARA 'CAUTELOSA ESPERANÇA' SOBRE VIRADA DA PETROBRAS, DIZ PARENTE.
Presidente da Petrobras falou durante abertura da Rio Oil & Gas.
Embora petroleira tenha plano estratégico, parte mais difícil é a execução.
O presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou
nesta segunda-feira (24) que há motivos para que a petroleira tenha uma
"cautelosa e justificada esperança" ao dizer que a empresa está se
recuperando.
"Temos motivos para ter uma cautelosa e
justificada esperança para dizer que a empresa foi recolocada em uma trajetória
de recuperação", alertou.
"Embora tenhamos hoje um bom e sólido plano
estratégico, temos agora a parte mais difícil, que é executá-lo", analisou
Parente, durante a abertura do Rio Oil & Gas, evento que ocorre a cada dois
anos no Rio de Janeiro.
No final de setembro, durante a apresentação do plano
de negócios e gestão 2017-2021, Parente disse que 2016 e 2017 serão os anos em
que a Petrobras vai "apertar o passo" para alcançar a saúde
financeira.
"Depois desses dois anos, nós recuperamos o crescimento na
nossa curva de produção e vamos ter um crescimento operando de maneira bastante
disciplinada como tem que ser", afirmou na ocasião.
O plano de investimentos para o período divulgado em
setembro é de US$ 74,1 bilhões - 25% menor que os US$ 98,4 bilhões previstos
para o plano do período anterior, anunciado em janeiro deste ano.
O plano prevê também arrecadar US$ 19,5 bilhões com a
venda de ativos (os chamados desinvestimentos) e parcerias entre 2017 e 2018.
Com essa estratégia, a estatal diz buscar a
"recuperação da solidez financeira" e reduzir sua enorme dívida, sem
precisar fazer novas captações no mercado financeiro.
Ao final de junho, o
endividamento total da companhia era de R$ 397 bilhões.
Este plano é o primeiro sob a gestão de Pedro Parente,
que chegou à presidência da Petrobras em junho, nomeado pelo presidente Michel
Temer.
Apesar do aumento do desinvestimento, Parente garantiu
que a Petrobras "não vai ser uma empresa menor em óleo e gás" e que o
crescimento da produção deverá chegar a 30% a partir de 2019.
Confira os principais pontos do Plano de Negócios
2015-2019:
- Redução de 25% nos investimentos, para US$ 74,1
bilhões em 5 anos
- Meta de US$ 19,5 bilhões em vendas de ativos e
parcerias entre 2017 e 2018.
- Empresa deixará setores de produção de
biocombustíveis, distribuição de gás de cozinha, produção de fertilizantes e participações
em petroquímica.
- Previsão de redução da alavancagem (termômetro de
endividamento medido pela relação de dívida líquida/Ebitda) de 5,3 vezes em
2015 para 2,5 vezes em 2018.
- Estatal espera elevar a produção total, de 2,62
milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed) em 2017 para 3,41 milhões
de boed em 2021, sendo 2,77 milhões no Brasil
- Petrobras vê preço médio do barril de petróleo Brent
a US$ 48 em 2017; para 2018, projeção é de barril a US$ 56, subindo para US$ 68
em 2019 e em US$ 71 em 2020 e 2021.
Investimentos prioritários.
O corte de investimento foi geral, mas a empresa
continuará priorizando investimentos mais de 80% do total na exploração e
produção.
A Petrobras prevê investimentos da área de Exploração
e Produção de US$ 60,6 bilhões, sendo que 76% do montante será alocado para
desenvolvimento da produção, 11% para exploração e 13% para suporte
operacional.
No plano anterior, a principal divisão da empresa receberia
investimentos de US$ 80 bilhões.
Já a área de Refino e Gás Natural receberá
investimentos de US$ 12,4 bilhões no período, sendo 50% destinados à
continuidade operacional dos ativos e o restante a projetos relacionados ao
escoamento da produção de óleo e gás.
No plano anterior, a divisão de
Abastecimento tinha uma previsão de US$ 10,9 bilhões e a de Gás e Energia, de
US$ 5,4 bilhões.
Empresa fala em recuperação da solidez.
Segundo Parente, o foco nos próximos dois anos será a
recuperação da solidez financeira da Petrobras.
"No horizonte total dos cincos anos desse planejamento,
a nossa proposta é que a empresa tenha sido saneada, tenha padrões de
governança e ética inquestionáveis para sustentar uma produção crescente, mas
realista, e capaz de investir e se posicionar nos processos de transição por
que passa o mercado de energia no mundo”, escreveu Parente, em comunicado.
Fonte: G1 – DF.
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