PROCURADOR DA LAVA JATO DEFENDE BATIDA NO SENADO.
Em meio à crise entre poderes, que opõe os
presidentes do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), e do Supremo Tribunal
Federal, Cármen Lúcia.
O procurador Carlos Fernando Lima, da Lava Jato,
entrou na briga e afirmou que "um juiz de primeira instância pode
autorizar a entrada em qualquer lugar porque não existem lugares imunes às
buscas e apreensões no Brasil.
Não existe nenhum santuário; defesa da Operação Métis,
da Polícia Federal, que resultou na prisão de quatro agentes da Polícia
Legislativa do Senado, pode agravar ainda mais a crise institucional, já que
Renan também é investigado e a ministra Cármen Lúcia marcou para o dia 3
julgamento que o ameaça o cargo do senador
O procurador do Ministério Público Federal (MPF)
Carlos Fernando dos Santos Lima, que integra a força-tarefa da Operação Lava
Jato, defendeu a batida policial que resultou na prisão de quatro membros da
Polícia Legislativa do Senado e abriu uma crise institucional entre os três
Poderes.
"Um juiz de primeira instância pode autorizar a
entrada em qualquer lugar porque não existem lugares imunes às buscas e
apreensões no Brasil. Não existe nenhum santuário", disse Lima.
A declaração foi uma resposta à fala do presidente do
Senado, Renan Calheiros (PDMB-AL), que chamou o juiz da 10ª Vara Federal de
Brasília, Vallisney de Souza Oliveira, que autorizou a operação, de
"juizeco de primeira instância".
Renan também chamou a operação da PF de "invasão", as ações da corporação de "fascistas" e o ministro da Justiça"chefete de polícia".
Para o procurador da Lava Jato, o que existe são
competências para a realização de investigação de pessoas e como no caso eram
de funcionários do Congresso, a competência é de um juiz da primeira instância
e não do Supremo Tribunal Federal.
"Agora, se fosse uma investigação de algum
senador, aí sim essa investigação teria de ir para o Supremo", disse Lima
em entrevista ao Broadcast do Estadão.
O que distingue a competência do juiz de primeiro grau
é a pessoa investigada e não o local.
Então, esse tipo de questão tem de ser tratada em
termos puramente técnicos e não cabe a ninguém ficar puxando orelha de juiz,
disse.
A presidente do STF, Cármen Lúcia, também reagiu ao
discurso de Renan e afirmou que "onde um juiz for destratado, eu também
sou".
Cármen Lúcia também afirmou que o Judiciário exige
respeito dos demais poderes constituídos.
Fonte: G1 - DF.
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