NOTA DA PROCURADORIA CONTRA A PEC DO TETO PROVOCA REAÇÃO DO GOVERNO.
Para
Meirelles, não há possibilidade de interferência do Executivo.
O governo e o
presidente da Câmara dos Deputados reagiram à nota da Procuradoria-Geral da
República contra a proposta de emenda à Constituição que estabelece um teto de
gastos federais.
O governo
comemorava a primeira vitória na votação da proposta que estabelece um teto
para os gastos públicos durante 20 anos.
Aí, veio a
reação dos partidos de oposição, da Justiça e do Ministério Público.
A presidente do
Superior Tribunal de Justiça ministra Laurita Vaz, criticou a proposta. Disse
que vai engessar o Judiciário.
A nota técnica
da PGR é dura. Afirma que o teto é inconstitucional por que fere a autonomia
entre os poderes. Lembra que não existe independência sem autonomia financeira
e que com a PEC o Executivo vai ser transformado num super órgão e controlar os
outros poderes.
O Palácio do
Planalto rebateu também com uma nota. Negou que a proposta viole a separação
dos poderes e disse que a Constituição pode definir limites ao orçamento dos
poderes, até porque a Lei de Diretrizes Orçamentárias já faz isso.
Numa entrevista
em Washington, o ministro da Fazenda afirmou que todas as instituições estão
sendo tratadas de igual modo. E crê que a proposta será aprovada.
“É uma proposta
bastante correta, ponderada, que contempla todos os poderes igualmente e não
deixa nenhuma possibilidade de interferência do Executivo em um poder
especifico, ela estabelece normas que vinculam todos os poderes, inclusive o
Executivo e os demais”, disse Henrique Meirelles.
O presidente da
Câmara, Rodrigo Maia, também respondeu por escrito. Defendeu a emenda
constitucional porque “é necessário um compromisso sólido de longa duração
capaz de produzir resultados fiscais”.
E que “mesmo tendo
sido iniciativa do presidente da República, o projeto é inteiramente conduzido
pelo Congresso”. Maia diz ainda que “a autonomia que a Constituição assegura a
esses órgãos garante liberdade para, dentro da lei, elaborar o orçamento”.
Na liderança do governo,
mutirão para garantir presença dos deputados.
O relator do
projeto passou o sábado (8) cuidando dos últimos detalhes. Disse que a
aprovação é fundamental para o controle das contas públicas
Os líderes de 21
partidos aliados também divulgaram nota defendendo o teto dos gastos públicos.
O líder do governo teve reuniões com os ministros do Planalto. Estão otimistas
com as contas de presença e voto.
“Voto suficiente
nós temos, e a base está pronta para votar e aprovar com a responsabilidade que
tem que ter a base a PEC que limita os gastos que é de fundamental importância
para o futuro deste país”, disse André Moura (PSC-SE).
Os 414 deputados da base aliada foram
convidados pelo presidente Michel Temer para um jantar no domingo (9) no
Alvorada. Até agora, 300 confirmaram presença. Esse encontro é uma estratégia
para antecipar a chegada dos parlamentares a Brasília e, assim, garantir quórum
logo cedo na Câmara para tocar a votação do teto.
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