TEMER FAZ MOVIMENTO PARA HERDAR LIDERANÇA DO CENTRÃO.
O Palácio do Planalto avalia que esse apoio terá um custo.
Com a cassação do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no
início da semana, o presidente Michel Temer iniciou um momento para herdar a
liderança do chamado “Centrão”, bloco informal que reúne algumas legendas de
centro-direita na Câmara.
O sinal mais claro desse movimento foi o almoço
promovido por Temer na última quinta-feira no Palácio do Planalto, quando os
partidos do Centrão entregaram uma carta em que manifestam apoio às medidas de
ajuste fiscal do governo federal, entre elas a proposta que estabelece um teto
para os gastos da União, estados e municípios.
O Centrão quer o apoio de Temer para um candidato do
grupo para a sucessão do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) no comando da Câmara.
Esse movimento precoce incomoda auxiliares de Temer. Isso porque a demanda pode
acabar criando um novo ambiente de instabilidade da Câmara, atrapalhando as
medidas do ajuste fiscal.
Mas, segundo auxiliares, esse é um risco calculado. De
forma discreta, Temer voltou a incluir o PMDB dentro da órbita do Centrão para
poder aumentar sua influência no grupo. Durante a liderança de Leonardo
Picciani no PMDB, houve um rompimento entre a bancada e o Centrão, que era
comandado por Eduardo Cunha. Na reunião do Planalto, o novo líder do PMDB,
Baleia Rossi, participou do almoço com os demais líderes do bloco.
Criado por Cunha para fazer um enfrentamento com o
governo da ex-presidente Dilma Rousseff, o Centrão começou um processo de
fragmentação logo depois que o peemedebista renunciou ao cargo de presidente da
Câmara. Dividido, o bloco lançou vários candidatos ao comando da Casa, o que levou
à derrota do líder do PSD, Rogério Rosso (DF), o nome preferido de Cunha.
O maior sinal da implosão do bloco aconteceu na sessão
de cassação de Cunha, quando ele foi abandonado até mesmo pelos integrantes do
Centrão. Foi a partir desse diagnóstico, que Michel Temer decidiu atuar para
liderar o bloco que ficou acéfalo sem o comando de Eduardo Cunha.
Fonte: Agência Brasil.
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