sábado, 22 de outubro de 2016

O CEARÁ TEM DISSO SIM, EM SE TRATANDO DE CORRUPÇÃO É O CENTRO DAS ATENÇÕES DO UNIVERSO









DESEMBARGADORES INVESTIGADOS NO CE SÃO OUVIDOS POR COMISSÃO DO CNJ.

Cada desembargador falou separadamente com juízes do conselho.

Eles são investigados por envolvimento em esquema de venda de liminares.

Os desembargadores investigados por envolvimento em esquema de venda de liminares em plantões judiciais do Ceará foram ouvidos na manhã desta sexta-feira (21) por uma comissão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em Fortaleza.
Foi o segundo dia de trabalho de correição por juízes da corregedoria do CNJ, que começou na manhã de quinta-feira (20).

Primeiro, foi ouvido o desembargador Carlos Rodrigues Feitosa.

A fala dele durou em média 30 minutos. Na seqüência, a comissão ouviu o Francisco Pedrosa Teixeira, e, por último, a desembargadora Sérgia Maria Mendonça Miranda.

Cada um falou separadamente com juízes do conselho. Magistrados estão afastados por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

A comitiva do CNJ chegou por volta de 9h30. O grupo é formado por juízes auxiliares da corregedoria, por um juiz federal e por quatro assessores.

O CNJ realiza uma investigação paralela à da Polícia Federal e deve apontar se houve desvio de conduta. Se confirmado, a punição vai de advertência ao afastamento permanente dos juízes, uma aposentadoria forçada.

O CNJ disse ainda que não exista prazo para conclusão do trabalho de análise dos materiais encontrados nos gabinetes.

A presidente do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), Iracema do Vale, chegou cedo nesta sexta para acompanhar os trabalhos. Ela destacou o apoio dado pelo tribunal nas investigações.

"Nós colocamos tudo à disposição do que o Conselho Nacional de Justiça precisou. Isso é importante de forma a colaborar e contribuir para que torne mais transparente a posição do poder judiciário em não compactuar com esse tipo de comportamento", afirmou.

Trabalhos de correição.

A comissão, nesta quinta-feira (20), ouviu servidores antigos da casa. O tribunal entregou uma listagem de processos ao CNJ.

Os juízes iniciaram investigação de processos, documentos e materiais encontrados nos gabinetes dos três desembargadores.

Segundo as investigações da polícia federal, advogados e desembargadores agiam juntos para liberar criminosos através da concessão de habeas corpus, principalmente durante os plantões judiciais.

O Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) informou, em nota, que colocou à disposição dos juízes do CNJ toda infraestrutura física, tecnológica e de pessoal, e que está disposto a colaborar com qualquer tipo de investigação sobre esse caso.

Conforme divulgado pelo CNJ antes do início da correição, cada gabinete de desembargador teve sempre a presença de um servidor para prestar eventuais esclarecimentos. Durante esse período, os trabalhos forenses e os prazos processuais não seriam suspensos, informou o CNJ.

Os trabalhos tiveram coordenação dos juízes auxiliares da Corregedoria Nacional Carlos Vieira von Adamek, Márcio Evangelista Ferreira da Silva, Rui de Almeida Magalhães, e pelo juiz federal Jorge Gustavo Serra Macêdo Costa, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

Esquema investigado.

As investigações determinadas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) mostram que eram cobrados valores em torno de R$ 150 mil  e que podiam variar entre R$ 50 mil e R$ 500 mil por cada decisão favorável durante os plantões de feriados e fins de semana no TJ-CE para liberar presos, inclusive traficantes. Os crimes investigados são associação criminosa, corrupção passiva, tráfico de influência, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.

Na análise do material apreendido, os investigadores verificaram que um dos principais operadores do esquema era o advogado Fernando Carlos de Oliveira Feitosa, filho do desembargador aposentado Carlos Feitosa.

Fonte: G1 – CE.

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