SCARCELA JORGE |
COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
ARGÜIDA
A LEI DA FICHA LIMPA.
Nobres:
A Lei da Ficha Limpa ainda está
sendo questionada por corruptos e rapineiros que se dizem o dono da razão e,
também pelos falsos moralistas. Os “abismados” paladinos da moral, entretanto,
apoiaram um elemento essencialmente corrupto, mentiroso numa verdadeira absurdo
e ou, interesse pessoal que inala o poder. Por essa benesse a ladroagem que o
Supremo contemplou, ex-prefeitos parecem que serão imunizados. E
aproximadamente R$ 4 bilhões não retornarão aos cofres públicos como
ressarcimento. Nós respeitamos a decisão, mas somos contra. Esta atitude traz a
preocupação de que outras ações eticamente positivas, como a Lei Anticorrupção,
também fiquem seriamente comprometidas. A este propósito, em muito espanta a
recente decisão do procurador-geral da República de suspender os efeitos da
delação premiada do ex-presidente da OAS. Independentemente de interpretações
legais que eventualmente subsidiem tal decisão, esta suspensão no mínimo causa
estranheza devido à importância do conteúdo desta delação, que compromete
severamente expoentes da vida pública nacional. A população precisa ficar
vigilante com todas as atitudes que venham na contramão da ética na política,
preservando iniciativas como a Operação Lava Jato e as Dez Medidas Contra a
Corrupção, projeto este que precisa ser discutido. Ademais, a sociedade
brasileira não pode permitir que ocorra com a Lava Jato o que houve com a
Operação Mãos Limpas, ocorrida na Itália nas décadas de 80 e 90 e que serviu de
inspiração para a operação brasileira. Naquele país, ao fim, interesses nocivos
prevaleceram sobre o que havia sido construído de positivo contra a corrupção.
A evolução no combate à corrupção construída ao longo dos últimos dois anos não
pode ser seriamente comprometida por entendimentos controversos da mais alta
corte do país. Por fim, a divisão harmônica dos poderes Legislativo, Executivo
e Judiciário no Brasil exige que estes, de forma igual, prestem contas à
sociedade brasileira. Acima de qualquer interpretação legal está o interesse
maior do Brasil.
Antônio Scarcela Jorge.
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