PEC
241 MANTÉM INDEPENDÊNCIA DOS PODERES, DIZ HENRIQUE MEIRELLES.
Ministro se reuniu nesta sexta (14) com presidente
do STF, Cármen Lúcia.
Parecer da PGR divulgado na semana passada apontava
interferência.
O ministro da Fazenda, Henrique
Meirelles, afirmou nesta sexta-feira (14) que a Proposta de Emenda à
Constituição (PEC) 241, que institui um teto para os gastos públicos pelos
próximos 20 anos, não gera possibilidade de interferência de um poder em outro.
Pela proposta do presidente
Michel Temer, já aprovada em primeiro turno pelo plenário da Câmara dos
Deputados, a União (Executivo, Legislativo e Judiciário) só poderá aumentar
suas despesas conforme a inflação dos 12 meses anteriores ao envio da proposta
orçamentária ao Congresso Nacional.
"Um dos pontos importantes
que vale a pena ressaltar é o consenso que se chegou de que a proposta de
emenda constitucional estabelece uma restrição igual para todos poderes.
Não estabelece nada especifico
para um determinado poder que seja diferente dos demais. E também “não dá
nenhuma possibilidade de interferencia de um poder em outro”, afirmou Meirelles
nesta sexta, após se reunir com a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF),
ministra Cármen Lúcia.
Na semana passada, a Secretaria
de Relações Institucionais da Procuradoria Geral da República emitiu um
parecer, intitulado "nota técnica", no qual afirmou que a PEC
proposta pelo governo Temer é inconstitucional porque "ofende" a independência
e a autonomia do Legislativo, do Judiciário e do Ministério Público.
Além disso, alega que a proposta
torna o Executivo um "super órgão" capaz de controlar os demais
poderes, "ainda que de maneira indireta".
Na avaliação do ministro da
Fazenda, a proposta coloca um limite para que as despesas públicas não cresçam
de "forma descontrolada como cresceram nos últimos anos, levando o país a
essa crise que estamos, que é a maior recessão da história do Brasil".
"E que a prioridade de todos
deve ser, cada um cumprir a sua parte, para que o país volte a crescer, volte a
criar empregos e que milhões de brasileiras e brasileiros possam ter trabalhos.
Haverá absoluta manutenção da independência dos poderes que essa emenda
proposta nada interfere nisto", acrescentou Meirelles.
Cármen Lúcia.
Após a reunião com Meirelles
nesta sexta, a ministra Cármen Lúcia afirmou que, no encontro, o chefe da
Fazenda garantiu que haverá respeito à autonomia do Poder Judiciário e, também,
que "todo jurisdicionado brasileiro continuará, apesar do sacrifício e do
aperto do momento, a ter sempre o juiz, o órgão do poder judiciário competente,
a ter a prestação jurisdicional no tempo certo e nas condições que tem sido
prestadas".
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