segunda-feira, 3 de outubro de 2016

NOVO CONCEITO DO ELEITOR NA ESCOLHA DE PREFEITO


NA MAIOR CIDADE DO BRASIL

São Paulo João Doria, do PSDB, é eleito prefeito de São Paulo.
Ele é o primeiro candidato a vencer no 1º turno em SP desde 1992.
Prefeito eleito defendeu candidatura de Alckmin à presidência em 2018.

João Doria, do PSDB, foi eleito neste domingo prefeito de São Paulo para os próximos quatro anos. O resultado saiu às 20h34, com 96,48% das urnas apuradas. Ao final da apuração, o tucano tinha 3.085.187 votos, o que corresponde a 53,29% dos votos válidos. Doria é o primeiro prefeito de São Paulo eleito em primeiro turno desde 1992, quando as eleições passaram a ter dois turnos. Ele vai tomar posse em 1º de janeiro de 2017.

Apesar do resultado já definido no primeiro turno, a votação também foi marcada pelo alto índice de votos brancos (5,29%), nulos (11,35%) e de abstenções (21,84%), que juntos somam 38,84% do eleitorado de 8.886.324 pessoas aptas a votar

A vitória de Doria confirma a aposta do governador Geraldo Alckmin em sua figura como candidato. Doria se impôs sobre outros nomes do PSDB, e em uma campanha de 45 dias saiu da faixa de 5% na primeira pesquisa para vencer no primeiro turno, derrotando três candidatos que já foram prefeitos: Fernando Haddad, Marta Suplicy e Luiza Erundina.

Em entrevista coletiva após o anúncio de sua vitória, Doria afirmou que vai governar “para todos” e que vai “modernizar a cidade”.

“A todos vocês que acreditaram em mim, muito obrigado. E aos que não votaram também quero agradecer, porque vou governar para todos. Quero muito o apoio das pessoas, o apoio dos jovens. Vamos fazer uma gestão com muita juventude, para modernizar a nossa cidade, colocar São Paulo no plano digital, colocar São Paulo no posto que ela perdeu anos atrás. São Paulo não é dos paulistas, São Paulo é de todos os brasileiros.

O prefeito eleito também voltou a dizer que é gestor, não político. ”Assim vou fazer à frente da Prefeitura, sem desrespeitar os políticos e nem a política. Mas eu sou um gestor. O que São Paulo precisa neste momento é de um administrador”, declarou a jornalistas.

Conversa com Haddad.

Antes mesmo da definição matemática da eleição, Doria recebeu telefonema do atual prefeito, Fernando Haddad (PT), reconhecendo sua vitória. "Vamos fazer a transição da melhor forma possível", disse Doria em entrevista à GloboNews.

"Haddad me telefonou me cumprimentando, Marta também. Vamos trabalhar, em breve podemos fazer os primeiros passos. Sempre fiz com muita humildade. Comecei a campanha com 3% chegando a essa posição histórica na vida de São Paulo. Quero agradecer a todos os que me delegaram. Vamos governar para todos."

"Fiz uma grande campanha respeitando os políticos. Essa é a nossa conduta. Teremos uma relação produtiva e republicana com a Câmara Municipal. População mais pobre precisa de um prefeito mais presente."

João Doria tem 58 anos e é natural de São Paulo. É presidente licenciado do grupo Doria e do comitê executivo do lide - grupo de líderes empresariais. Doria foi secretário municipal de turismo e presidente da Paulistur nos anos 80. Ocupou ainda o cargo de presidente da Embratur. Ele se candidata à prefeitura de São Paulo pela primeira vez.

O vice-prefeito eleito na chapa de Doria é o deputado federal Bruno Covas.

Alckmin em 2018
Em discurso após ter a sua vitória confirmada, Doria defendeu a candidatura de Alckmin para a presidência da República em 2018, ao mesmo tempo em que a plateia gritava "Brasil pra frente, Geraldo presidente".
"Temos uma longa trajetória, mas é legítimo ter a candidatura de Alckimin. Não há nada de ilegítimo em ter a vontade o desejo de ter um homem com essa história, com essa biografia, com esse bom sentimento, com essa índole de ser um servidor. Não há mal em se pensar, não há mal em se desejar, não há mal em se escrever um caminho iluminado. Poderá, sim. Dependerá muito de nos também. Se ele for candidato a presidência da República, terá o apoio do povo brasileiro", disse Doria.

Haddad reconhece.

Em segundo lugar ficou Fernando Haddad, do PT, com 16,68%, seguido por Celso Russomanno, do PRB, com 13,58%; Marta Suplicy, do PMDB, com 10,11%, e Luiza Erundina, do PSOL, com 3,16% (veja o resultado completo).

O candidato do PT, Fernando Haddad, reconheceu a vitória do adversário e ligou para parabenizar Doria. O atual prefeito de São Paulo se colocou à disposição para fazer a transição de governo. “Liguei para João Doria Junior antes de vir para cá, colocando toda equipe da Prefeitura à inteira disposição. A começar por mim", disse Haddad.

"Penso que nós temos que dar o exemplo e fortalecer as instituições para que possamos elaborar um plano de transição que seja o mais tranqüilo possível, para que a cidade só ganhe", afirmou o petista.

Russomanno, que apareceu liderando as pesquisas de intenção de voto no início da campanha, terminou em terceiro lugar, depois de perder eleitorado a cada pesquisa. Marta Suplicy, que deixou o PT para ser candidata pelo PMDB, chegou a figurar em segundo nas pesquisas mas acabou em quarto lugar.

Campanha.

Doria destacou ao longo da campanha o perfil de empresário.

 “Não sou político, sou um gestor”, repetiu. Ele afirmou que não vai construir novas creches e vai promover parcerias com organizações sociais para acabar com a fila. O candidato disse ainda que vai privatizar o Pacaembu, Anhembi e Interlagos, extinguir a Secretaria da Promoção da Igualdade Racial e vai manter a Secretaria da Pessoa com Deficiência.

O tucano largou com números muito baixos de intenção de voto e sem apoio de boa parte do seu partido. Acusado pelos adversários de comprar votos na pré-campanha, Doria se viu sem o apoio de quadros históricos do PSDB, como Andrea Matarazzo, que migrou para o PSD e se tornou candidato a vice de Marta (PMDB) e o ex-governador Alberto Goldman.

Com uma propaganda baseada em sua biografia de homem que trabalhou para alcançar o patrimônio, Doria cresceu exponencialmente nas semanais finais. Nas caminhadas pelos bairros, o candidato fez questão de posar comendo coxinha, tomando café em padaria e abraçando eleitores.

Enfatizando a gestão de suas empresas, o tucano foi incisivo ao dizer que só precisa de quatro anos para administrar a cidade e que, se eleito, não vai tentar a reeleição.

Com 13 partidos compondo a chapa (PSDB, PPS, PV, PSB, DEM, PMB, PHS, PP, PSL, PT do B, PRP, PTC e PTN), Doria foi o candidato com o maior tempo de campanha no horário eleitoral da TV (Doria teve 3min06; Haddad, 2min35; Marta, 1min57; Russomanno; 1min12).

Outras propostas do plano de governo de Doria:

- completar e ampliar as equipes do Programa de Saúde da Família, requalificando os profissionais, capacitando-os para melhorar o desenvolvimento de suas atividades.

- promover foco no currículo e nas aprendizagens esperadas. Todas as diretrizes, programas e ações administrativas devem ser priorizadas, planejadas e acompanhadas a partir desse foco.

- tornar mais atrativo o sistema público de transportes de ônibus por meio de ações que agreguem mais conforto, regularidade e agilidade às viagens cotidianas.

- criar núcleos de desenvolvimento regional, por meio de entidades organizadas da sociedade civil, com o objetivo de identificar vocações e ações para o desenvolvimento da região.

- João Doria (PSDB): 53,29% (3.085.187)
- Fernando Haddad (PT): 16,70% (967.190)
- Celso Russomanno (PRB): 13,64% (789.986)
- Marta (PMDB): 10,14% (587.220)
- Luiza Erundina (PSOL): 3,18% (184.000)
- Major Olimpio (SD): 2,02% (116.870 votos)
- Ricardo Young (REDE): 0,45% (25.993 votos)
- Levy Fidelix (PRTB): 0,37% (21.705 votos)
- João Bico (PSDC): 0,10% (6.006 votos)
- Altino (PSTU): 0,08% (4.715 votos)
- Henrique Áreas (PCO): 0,02% (1.019 votos)

- Votos em branco: 5,29% (367.471)
- Votos nulos: 11,35% (788.379)
- Abstenções: 21,84% (1.940.454)
Fonte: G1 – SP.


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