ACORDO DE DELAÇÃO PREMIADA DE ZWI SKORNICKI É HOMOLOGADO PELA STF.
Engenheiro disse ter pago US$ 5 mi a marqueteiro do
PT por campanha.
Pelo acordo, Zwi terá de devolver US$ 23,8 milhões
mantidos em offshores.
O Ministério Público Federal
(MPF) protocolou um documento no sistema da Justiça Federal do Paraná
informando ao juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava
Jato na primeira instância, que o acordo de delação premiada do engenheiro Zwi
Skornicki foi homologado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori
Zavascki.
Skornicki foi detido na 23ª fase
da Lava Jato, batizada de Acarajé, e atualmente cumpre prisão domiciliar. Na
mesma etapa da operação, foi preso o casal de marqueteiros João Santana e
Mônica Moura, responsáveis pelas campanhas presidenciais de Dilma Rousseff em
2010 e 2014. O casal teve pedido de liberdade provisória concedido pelo juiz
Sérgio Moro em agosto deste ano.
O engenheiro é réu na Lava Jato
sob a acusação de intermediar propinas do esquema de corrupção que atuava na
Petrobras. Dentre as afirmações dadas no acordo com o MPF, Zwi confessou que pagou US$ 4,5 milhões a
João Santana, como caixa 2 da campanha de Dilma.
Pelo acordo de delação, conforme
o MPF, Zwi terá de devolver US$ 23,8 milhões mantidos em offshores e obtidos
ilicitamente, além de mais de 50 obras de arte, algumas delas de artistas como
Salvador Dalí e Romero Brito.
Skornicki também poderá pegar no
máximo 15 anos de prisão em penas unificadas nos processos relacionados à Lava
Jato, ainda conforme o Ministério Público Federal.
Procurado pelo G1, o advogado que
representa Zwi Skornick Flávio Mirza disse que vai se manifestar sobre o
assunto apenas no autos do processo.
Os investigadores consideram que
a delação de Zwi Scornicki pode revelar se existe ligação entre os repasses do
operador para João Santana e para a campanha presidencial petista de 2014.
Em depoimento à Justiça Federal
do Paraná, Skornicki disse que foi Vaccari Neto quem levou a mulher do
marqueteiro João Santana, Mônica Moura, ao escritório dele, para receber uma
dívida da campanha presidencial de 2010.
O engenheiro disse também que
pagou US$ 5 milhões e que descontou esse montante de uma quantia de propina que
deveria ser endereçada ao PT.
"Numa das visitas que o
senhor Vaccari fez no meu escritório, ele disse que tinha que fazer um
pagamento para o senhor João Santana e para a Senhora Mônica Moura.
A senhora Mônica Moura esteve no
meu escritório. Combinamos que o valor era de US$ 5 milhões que o senhor
Vaccari tinha autorizado", afirmou. Segundo ele, o valor seria pago em 10
parcelas de US$ 500 mil.
Conforme as investigações da Lava
Jato, o patrimônio de Zwi Skornicki aumentou 35 vezes em 10 anos. Informações
obtidas pelo Jornal Nacional mostram que o patrimônio declarado do engenheiro
passou de R$ 1,8 milhão para R$ 63 milhões no período.
Fonte: G1 – DF.
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