COMENTÁRIO.
Scarcela Jorge.
NÃO PRECISA DE OPOSIÇÃO.
Nobres:
A precipitação e o voluntarismo do governo Dilma em
seu primeiro mandato quebraram o Estado. A tal ponto que, numa atitude inédita,
o Orçamento da União de 2016 é enviado ao Congresso Nacional com previsão de
déficit. Fica difícil, neste momento, avaliar o que teria sido pior. Fazer
mágicas para tapar o rombo previsto no orçamento do ano que vem ou admitir que
o governo não tenha dinheiro para bancar todas as suas despesas. No ano
passado, a equipe de Dilma optou pelas pedaladas fiscais, uma maquiagem para
tentar esconder o buraco nas contas públicas. Não deu. Fechou 2014 sendo
obrigada a se endividar para pagar seus débitos. E nem pagou todos. O fato é
que Dilma adora um gasto para chamar de seu. A presidente é adepta do Estado
forte, intervencionista, dono e agente direto dos rumos da economia. Ela não se
satisfaz em dar apenas as diretrizes. Imprevidente, gastou mais do que
arrecada. Estimulou o aumento de alguns gastos e não tomou nenhuma medida para
segurar outros. Torrou o colchão de poupança deixado para ela por Lula. Numa
atitude de desespero, lançou de última hora a idéia de ressuscitar a CPMF, o
imposto do cheque. Teve vida curtíssima. Resultado, o governo Dilma tem hoje
estreita margem de ação para: combater uma recessão que deve durar dois anos,
uma inflação acima de 9% e um desemprego em alta, o “envilecimento” do seu
governo, também a nível internacional causado pelas análogas crises, econômica
e corruptas “eleitas” no seio de sua base aliada, no que é mais agravado, concebe
não só a volta da CPMF como diz que vai cortar dez ministérios, no timing
errado, na dose errada, espalhando medo e paralisia na sua equipe. Enfim, este
é um governo que não precisa de oposição.
Antônio
Scarcela Jorge.