COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.
PENSAMOS EM UMA FORMAR DE INSTAR NA ECONOMIA.
Nobres:
O brasileiro é um crítico da
economia, pois é um traço que cada um naturalmente segue e evidentemente se
agrega a condução do dia a dia. Neste contexto se tornou excêntrica e, de certa
forma, até antiquada a polarização que se instala em frações da opinião pública
toda vez em que há troca da equipe econômica, em que é sugerida uma suposta
divisão ou disputa entre defensores da qualidade no gasto público, de metas
fiscais rígidas e controle da inflação, chamados de “liberais” ou “ortodoxos”,
e aqueles que supostamente teriam uma linha mais “desenvolvimentista”, por
apoiar o estímulo às atividades econômicas através da injeção direta de
recursos do Estado na economia, e ser mais tolerantes em relação a déficits
governamentais, endividamento e até mesmo inflação. Essa disputa é típica da retórica
das décadas de passadas. Hoje já não se aplica à realidade global, nem à
realidade brasileira. Os últimos avanços na área de desenvolvimento no mundo
demonstram que o que acontece de mais efetivo é uma combinação de um governo
responsável com as contas públicas e competentes na execução de políticas de
desenvolvimento, principalmente com coordenação e agenda local e regional, com
ações de gestão estratégica de desenvolvimento e melhoria efetiva do ambiente
de negócios, da infraestrutura e do capital intelectual, incluindo empreendedorismo.
Não existe geração espontânea de “emprego e renda”, e sim a criação de um
ambiente próprio para o desenvolvimento e produção, na indústria, agricultura e
serviços, que geram esses empregos e fomentam novos negócios. A evolução nas
instituições governamentais dá condição para que governos utilizem o seu
potencial regulador para viabilizar investimentos privados em iniciativas de
interesse público, sem que haja necessidade de injeção direta de recursos
públicos. Uma maior permissividade no controle das contas públicas e nos gastos
com custeio pode levar a perda de confiança, recessão e inflação, que diminui e
corrói o padrão de vida da população, especialmente dos mais pobres, e não tem
nada a ver com desenvolvimento.
Antônio Scarcela Jorge.