PARA GILMAR MENDES,
TENSÃO DO MENSALÃO CAUSOU BRIGA NO STF.
SALVADOR - O ministro Gilmar
Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), considerou a última discussão entre
o presidente da Corte, Joaquim Barbosa, e o ministro Ricardo Lewandowski,
ocorrido na quinta-feira, como fruto da tensão em torno do julgamento do
mensalão. Barbosa acusou Lewandowski de fazer chicana - retardar a discussão,
no jargão jurídico, porque os dois divergiram em relação a um pedido de recurso
do ex-deputado Bispo Rodrigues. De acordo com Mendes, o STF deverá concluir a
análise dos embargos declaratórios em setembro. - Gilmar Mendes lamentou o
conflito entre os dois colegas. Mendes acredita que a divergência será
resolvida. Segundo ele, o assunto será tratado internamente. - Eventualmente,
nós vemos esse tipo de situação durante debates que se exacerbam, muito em
função da tensão mesmo existente. Não é o ideal que esse tipo de situação
ocorra, mas temos capacidade de superação e vamos superar - afirmou Gilmar
Mendes nessa segunda-feira, em Salvador, durante a participação no Fórum de
Teses, promovido pela Faculdade Baiana de Direito no Centro de Convenções da
Bahia Durante a sessão do Supremo, Joaquim Barbosa, o relator da Ação Penal
470, recusou se retratar com Ricardo Lewandowski, revisor do mensalão. Após o
episódio, diversos operadores do direito e representantes da opinião pública se
manifestaram contrários às palavras do presidente do STF.
Prisão de condenados
Mendes espera que o STF tome uma
definição a respeito dos embargos que estão sendo apresentados pelos condenados
no escândalo até a segunda semana de setembro. Só após a resolução do assunto,
será possível discutir outras questões, como a prisão de alguns dos condenados.
Na palestra que deu na Bahia, onde falou sobre a Constituição do Brasil, o
ministro chegou a fazer uma referência indireta ao plano apresentado pela
presidente de Dilma Rousseff de realizar uma assembleia constituinte para
realizar a reforma política. - Eu vejo muita gente usar eventuais problemas na
Constituição como escapismos. Nós não precisamos de uma Assembleia Nacional
Constituinte para nada. Todas as vezes em que o Brasil precisou atualizar algo
na Constituição, foram feitas as emendas, sem necessidade de uma constituinte -
argumentou Gilmar Mendes.
Fonte: Agência O Globo.
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