Dólar comercial recua e dá ganhos à Bovespa
Wall
Street em alta na última sessão da semana, - O mercado financeiro brasileiro
respirou mais aliviado nesta sexta-feira digerindo as decisões adotadas pelo
Banco Central do Brasil para proteger o câmbio. - Depois de uma semana de
estresse, com o dólar comercial batendo recordes de altas e o BCB entrando com
leilões para inibir o avanço, a autoridade monetária adotou uma medida
decisiva, principalmente, para segurar a inflação, segundo analistas de mercado.
A desvalorização da moeda, nos últimos sete dias foi de 1,78% e na sessão de
hoje, no interbancário, a divisa fechou com queda de 3,23% aos R$ 2,352 para a compra
e R$ 2,353 para a venda. - No mercado futuro, o contrato para setembro
negociado na BM&F recuava 3,42% a R$ 2,358. - "Na realidade, a decisão
do Banco Central era o que o mercado esperava. No momento em que a autoridade
mostrasse sua direção e controle sobre o câmbio, com toda certeza, a reação
seria essa, principalmente para conter a inflação. Agora, como medida
importante para garantir o bom desempenho da economia, o governo poderia
definir o ajuste fiscal", considerou o gerente de câmbio da corretora
Treviso, Reginaldo Galhardo. O programa de leilões visa a proteção cambial aos
agentes econômicos e liquidez ao mercado de câmbio. Agora, o BC passa a
realizar o programa de leilões de swap cambial e de venda de dólares com
compromisso de recompra. Esse programa se estenderá, pelo menos, até 31 de
dezembro de 2013. Os leilões de swap ocorrerão todas as segundas, terças,
quartas e quintas-feiras, quando serão ofertados US$ 500 milhões por dia. Às
sextas-feiras, será oferecida ao mercado, por meio de leilão de venda com
compromisso de recompra, linha de crédito no valor de US$ 1 bilhão. - Se julgar
apropriado, o Banco Central do Brasil realizará operações adicionais.
Leilão
O
Banco Central anunciou nesta sexta-feira (23) que realizará nesta segunda-feira
(26) um leilão de swap, que equivale a compra de dólares no mercado futuro. - Serão
ofertados até 10 mil propostas, com vencimento em 2 de dezembro de 2013. - As
propostas serão aceitas das 09h30 às 09h40. O resultado será divulgado a partir
das 09h50 desta segunda-feira. - Ainda nesta sexta-feira, pela manhã, o BC
realizou mais um leilão de venda direta de dólares das reservas com compromisso
de recompra futuro. A oferta chegou a US$ 1 bilhão, porém o valor emprestado só
será divulgado nos próximos dias. - A taxa de câmbio usada para a venda da
divisa ficou em R$ 2,3992. A operação de venda será liquidada em 2 de janeiro
de 2014. A taxa de corte ficou em R$ 2,4651. - Enquanto isso, nos demais
mercados acionários globais, as altas foram atribuídas aos indicadores
econômicos da China zona do euro, Alemanha e, principalmente, sobre a decisão
do Federal Reserve (Fed- banco central dos Estados Unidos) de postergar o
início do corte de estímulos à economia local. Na ÁSIA, o desempenho dos
indicadores econômicos vindos da Europa e dos Estados Unidos devolveu o fôlego
às principais bolsas de valores da Ásia. Nesta sexta-feira, o mercado local
fechou os negócios em alta, amenizando o que seria a maior queda semanal em
dois meses. - Ao final desta jornada, em Taiwan, o principal indicador, o TSEC
Weighted, subiu 0,75% aos 7.873 pontos; em Hong Kong, o principal indicador, o
Hang Seng, perdeu 0,15% aos 21.863 pontos; na Índia, o índice BSE, da bolsa de
Bombai subiu 1,13% aos 18.519 pontos; em Xangai, o índice SSE Composite recuou
0,47% aos 2.057 pontos; e no Japão, o índice Nikkei 225, da bolsa de Tóquio, avançou
0,89% aos 14.612 pontos. - Enquanto isso, na agenda asiática, não houve a
divulgação de indicadores econômicos nesta jornada. - Na EUROPA, os mercados
acionários europeus fecharam com alta nesta sexta-feira. O cenário positivo se
deu com os dados da economia alemã e também do Reino Unido, que seguem em
recuperação sustentável, segundo analistas. Além disso, números da zona do euro
também elevaram as expectativas dos investidores. - Hoje, em Londres, o Stoxx
Europe 600 ganhou 0,4%, para fechar em 304,71, depois de postar o maior ganho
em três semanas nesta quinta-feira (22).
- Ao final da jornada, em Milão, o índice FTSE-MIB ficou cotada a 0,19% aos
17.342 pontos; em Madri, o índice Ibex 35 avançou 0,66% aos 8.686 pontos; em
Paris, o índice CAC-40 ganhou 0,25% aos 4.069 pontos; em Frankfurt, o índice
DAX 30 ganhava 0,23% aos 8.416 pontos; em Lisboa, o índice PSI 20 subiu 0,32%
aos 6.010 pontos; em Londres, o índice FTSE 100, ficou com valorização de 0,70%
a 6.492 pontos. - Na Alemanha, o superávit orçamentário alcançou 8,5 bilhões de
euros no primeiro semestre, número que representa 0,6% do PIB. A arrecadação de
impostos subiu 3,8%, enquanto o gasto público aumentou 2,7% no período. - No
Reino Unido, a leitura preliminar do PIB do Reino Unido mostrou alta de 0,7% no
segundo trimestre, ligeiramente superior à elevação de 0,6% registrada no
levantamento anterior. No período, a maior contribuição para o resultado veio
do setor de negócios e serviços financeiros, com alta de 0,2%. - Na zona do
euro, a confiança do consumidor registrou melhora ao sair de -17,4 em julho
para -15,6 em agosto, desempenho acima do esperado pelo mercado, que projetava
-17 pontos. - Na União Europeia, o nível de confiança aumentou de -14,8 para
-12,8 pontos no mês. Quanto ao sentimento econômico, em julho, o índice subiu
1,2 pontos na zona do euro e 2,4 na União Europeia para 92,5 pontos e 95 pontos
respectivamente. - No campo acionário, os principais índices acionários locais
operam em alta, respondendo à melhora do índice de confiança. Nos ESTADOS Unidos,
os principais índices acionários de Wall Street encerraram a sessão desta
sexta-feira em alta pelo segundo dia, a primeira sequência de ganhos em três
semanas. - Os investidores acompanham os comentários dos membros do Federal
Reserve em busca de sinais quanto à redução das medidas de estímulo à economia.
O mercado norte-americano reagiu também à baixa acima do esperado nas vendas de
casas novas. - Ao final dos negócios, o índice Dow Jones subiu 0,31% aos 15.010
pontos; o S&P 500 avançou 0,39% aos 1.663 pontos; e a bolsa eletrônica
Nasdaq teve alta de 0,52% aos 3.657 pontos. - No país, as vendas de casas novas
atingiram 394 mil unidades em julho, queda de 13,4% em comparação a junho,
quando foram comercializadas 455 mil casas. Na base anual, o número é de 6,8% -
No BRASIL, a Bolsa de Valores de São Paulo repetiu o movimento da sessão
anterior e encerrou a sessão desta sexta-feira em forte alta de 1,56% aos
52.197 pontos, a segunda elevação consecutiva. Apesar do nervosismo que marcou
a semana, o Ibovespa fechou o período com alta acumulada de 1,27%. Ao final dos
negócios, o giro financeiro foi de R$ 7,24 bilhões. - Segundo o analista da
Leme Investimentos, João Pedro Brugger, o movimento da bolsa brasileira foi
sustentado pela ação do Banco Central para conter a valorização do dólar. = A
notícia impulsionou, sobretudo, os papéis de construtoras e de empresas ligadas
ao setor de consumo, estas últimas favorecidas com a desvalorização dos juros.
Na mesma linha estiveram as ações da Petrobras, que apresentaram forte alta
pelo segundo dia, ainda refletindo as notícias de que o governo deve elevar
novamente o preço dos combustíveis ainda este ano. = Por outro lado, amargaram
forte queda os papéis de exportadoras, pressionados com a retração da divisa
norte-americana. - Já para a sessão desta segunda-feira, a expectativa é de que
o Ibovespa sustenta o viés positivo, ainda repercutindo a decisão anunciada
pelo BC. - Entre as maiores alta do Ibovespa ficaram Rossi Resid ON (9,49% a R$
3,00); PDG Realt ON (8,44% a R$ 2,44); Gafisa ON (8,04% a R$ 3,09); B2W Digital
ON (7,22% a R$ 13,51) e Brookfield ON (6,21% a R$ 1,88). - Na contramão
estiveram Fibria ON (-2,97% a R$ 28,10); Marfrig ON (-2,91% a R$ 6,01); Sid
Nacional ON (-2,32% a R$ 8,83); Gerdau PN (-2,03% a R$ 17,35) e Suzano Papel
PNA (-1,99% a R$ 8,87).
Carteira teórica
- Dentre as ações com maior peso na carteira
teórica (que vigora de 6 de maio a 30 de agosto) a Vale PNA (Vale5) perdeu
0,40% a R$ 32,27; a Petrobras (PETR4) teve alta de 1,53% a R$ 18,54; a OGX
Petróleo ON subiu 3,90% a R$ 0,80; Itauunibanco PN (ITUB4) valorizou 3,41% a R$
29,41; e Bradesco PN ganhou 1,93% a R$ 28,03.
Mais negociadas
Nesta
sexta-feira, as ações da Vale PNA lideraram entre as mais negociadas na bolsa
brasileira, com participação de 11,55% e volume de R$ 800,1 milhões. Em seguida
estão Petrobras PN (8,65%, R$ 598,8 milhões); ItauUnibanco PN (5,36%, R$ 371,6
milhões), Gerdau PN (3,87%, R$ 267,8 milhões) e Bradesco PN (3,40%, R$ 253,3
milhões). - Os CONTRATOS de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam em queda
na sessão desta sexta-feira na BM&F. O que se viu foi uma desvalorização
maior nos contratos com vencimentos em 2017, 0,37 p.p a 11,44%. - Perto do
fechamento, os contratos para setembro de 2013 seguiam em queda de 0,01 p.p a
8,38%; os vencimentos para outubro de 2013 também recuavam 0,01 p.p a 8,67%; os
contratos para novembro de 2013 perdiam 0,12 p.p a 8,85%; os vencimentos para
janeiro de 2014 caiam 0,08 p.p. a 9,16%; os contratos para janeiro de 2017
tinham baixa de 0,37 p.p a 11,44%; e os vencimentos para janeiro de 2021
recuaram 0,33 p.p. a 11,77%. - "Hoje, os DIs reagiram às medidas adotadas
pelo Banco Central, que mostram que o governo tem uma boa reserva de dólares.
Até o final do ano serão US$ 60 bilhões e, com isso, as taxas de juros caíram.
Vale lembrar também que no cenário externo, os indicadores são positivos",
considerou o sócio gestor da Leme Investimentos, Paulo Petrassi. - O economista
avaliou também que o programa de leilões do BC como importante, principalmente,
para conter a inflação. "- Com um dólar na casa dos R$ 2,40, com certeza
teríamos uma inflação acima de 6%. Resta agora um pacote fiscal",
finalizou. - A confiança do consumidor
atingiu 113,1 pontos em agosto, avança de 4,4% no comparativo mensal, recuperando
as perdas ocorridas em junho e junho, período mais intenso das manifestações
populares. Os dados são do Índice de Confiança do Consumidor (ICC). No entanto,
apesar da melhora, o nível de agosto ainda é baixo em termos históricos,
situando-se a meio caminho entre os resultados de maio e junho passado. - A
inflação semanal, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S),
avançou 0,11 p.p na terceira leitura de agosto, com variação de 0,16%. Na
apuração da semana, seis das oito classes de despesa componentes do índice apresentaram acréscimo
em suas taxas de variação, com destaque para o grupo alimentação (-0,08% para
0,03%). Nesta classe de despesa, o grupo frutas passou de -3,83% para -2%.
MATÉRIAS PRIMAS
O
preço do barril de petróleo Brent para entrega em outubro fechou nesta
sexta-feira em alta de 0,97% no mercado de futuros de Londres, cotado a US$
110,97. - O petróleo do Mar do Norte, de referência na Europa, encerrou o
pregão US$ 1,07 acima do fechamento de ontem, quando estava cotado a US$
109,90. - Analistas consultados relacionaram a subida do preço do petróleo com
a possibilidade que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) mantenha
os estímulos monetários para encorajar a atividade depois do anúncio do
descenso de 13,4% da venda de imóveis novos nos Estados Unidos em julho, a
maior queda em três anos. - Além disso, consideraram que em seu preço incidiu a
melhoria da economia europeia (hoje se revisou para cima o PIB do segundo
trimestre do Reino Unido, de 0,6% para 0,7%, além de confirmar-se o crescimento
de 0,7% da produção alemã nesse período) e a instabilidade no Oriente Médio. - O
Petróleo Intermediário do Texas (WTI, leve) fechou nesta sexta-feira em alta de
1,3%, cotado a US$ 106,42 o barril, impulsionado pelos dados negativos de
vendas de casas novas nos Estados Unidos em julho, embora tenha concluído a
semana com uma queda de 0,97%. - No fechamento do último pregão da semana na
Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), os contratos de futuros do WTI para
entrega em outubro, os de mais próximo vencimento, subiram US$ 1,39 em relação
ao preço de quinta-feira. - A queda da venda de casas nos EUA em julho
propiciou uma desvalorização do dólar, perante a expectativa que o Federal
Reserve (Fed, banco central americano) possa atrasar o início da redução de seu
estímulo monetário à economia do país. - Os contratos de gasolina para entrega
em setembro somaram US$ 0,04 e fecharam a US$ 3 o galão (3,78 litros), enquanto
os de gasóleo de calefação, também com vencimento esse mês, aumentaram US$ 0,03
para US$ 3,09 o galão. - Já os contratos de gás natural para entrega em
setembro perderam US$ 0,06 e fecharam a US$ 3,48 por cada mil pés cúbicos.
Fonte:
Agência Internacional BR.
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