COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.
DESLUMBRADO PELO PODER
Nobres:
No mundo
político onde a fantasia sobrepõe os anseios antes à vontade de trabalhar foi
jogado por terra no sentido de optar ao seu redor sendo tragado por aliados
“imperialistas” que se padronizam pelo “amigar-se” as ações escusas e
corruptas. Semelha que, para algumas
autoridades e não é de hoje nem deste ou daquele partido, elas se movem não em
um mundo de sonhos, mas, sim, em um mundo em que seus desejos, sempre que
atendidos, constituem a realização dos devaneios. Suas impressões éticas sofrem
uma forma de mutilação na base da própria satisfação, sem importar toda a
consciência coletiva o sofrido povo. Certos políticos parecem
prisioneiros de um estado mental de alienação social, incapazes de evadir-se
dele, porque lhes falta o aparelho psíquico de percepção da realidade em que
vivem, com seus problemas crônicos, frases e promessas repetidas, mas jamais
cumpridas, e a impunidade sistemática obtida nas filigranas jurídicas que
permeiam os códigos penais. Se os políticos que cometem deslizes tivessem a percepção
da realidade, encontrariam a chave que lhes permitiria a liberdade de agir
eticamente sempre e isso os libertaria - pois a verdade sempre liberta -, e
seria o caminho natural para onde se abrigariam. É enjoativamente repetitivo
ficar analisando casos de corrupção, inclusive os que estão ocorrendo, lamentavelmente
em comunhão de pessoas que se abrigam do poder, consequentemente usam da
“bajulação” como “único mérito” de se instar no governo, não se pode fugir da
notícia. Esperar soluções é uma retórica enfadonhamente repetitiva até porque
um problema bem identificado é um problema metade resolvido, segundo os
melhores analistas. A questão que se coloca, entretanto, é que estamos
identificando, denunciando, reclamando e clamando por soluções de problemas há
muitos anos e o que vemos são apenas repetições, com uma ou outra novidade,
geralmente tecnológica, no modo de operação das fraudes ou da ausência de
moral. Somam-se os pretextos, enquanto a sociedade não retomar com sua
soberania.
Antônio Scarcela Jorge.
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