DÓLAR DISPARA
2,5% E ENCOSTA-SE A R$2,40; BC ANUNCIA SWAP PARA 2ª.
SÃO PAULO - Catapultado por
preocupações relacionadas à economia brasileira e ao programa de estímulo dos
Estados Unidos, o dólar bateu dois recordes no fechamento desta sexta-feira:
teve a maior alta diária ante o real desde o fim de 2011 e encerrou no maior
patamar em mais de quatro anos.
Dúvidas sobre a política de
intervenção do Banco Central brasileiro no mercado de câmbio também alimentaram
a disparada da moeda norte-americana, que chegou a encostar-se a 2,40 reais
perto do final dos negócios.
O dólar subiu 2,46 por cento para
2,3960 reais na venda, maior alta diária desde 23 de novembro de 2011, quando o
avanço tinha sido de 2,94 por cento. Além disso, é o maior nível de fechamento
para a divisa desde 3 de março de 2009, quando ficou a 2,411 reais. Na máxima
do dia, a divisa chegou a 2,3987 reais.
"Um conjunto de fatores
atuou no câmbio. Primeiro, o dólar está forte lá fora por causa expectativa de
redução dos estímulos por parte do Fed. Depois, o (ministro da Fazenda, Guido)
Mantega estragou ainda mais porque falou que o câmbio mais depreciado é melhor
para a indústria e que o patamar do câmbio mudou mesmo", disse um operador
de banco brasileiro.
O dólar ganhava força em grande
parte dos mercados globais após dados positivos sobre a economia dos EUA
alimentarem expectativas de que o Federal Reserve banco central do país,
diminua seu programa estímulo monetário já em setembro, reduzindo a oferta
mundial de dólares.
No Brasil, a alta da divisa dos
EUA ganhou ainda mais força devido às preocupações com a fraqueza da economia.
Segundo pesquisa Reuters, a fragilidade da economia doméstica faz com que a
moeda brasileira seja uma das mais vulneráveis à provável redução do estímulo
dos EUA.
Em São Paulo, no entanto, o
ministro Mantega procurou dissipar o pessimismo dos investidores, dizendo que o
câmbio mais desvalorizado beneficia a indústria brasileira. O ministro
reconheceu, no entanto, que a volatilidade das cotações não beneficia a
economia e deve ser combatida.
"Temos muitas armas no
Brasil para enfrentar uma volatilidade cambial, a primeira delas é que temos
reservas muito elevadas e até agora não gastamos um tostão das nossas reservas",
disse o ministro da Fazenda a jornalistas, após encontro com empresários em São
Paulo, citando também os leilões de swap cambial feitos pelo Banco Central.
Fonte:
Folhapress.
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