quinta-feira, 1 de agosto de 2013

COMENTÁRIO - SCARCELA JORGE - 01 DE AGOSTO DE 2013



COMENTÁRIO
Scarcela Jorge

DE ELEIÇÃO A ELEIÇÃO UMA ARTE DE ENGANAR O POVO

Nobres:
O melhor instrumento de uma campanha eleitoral é o uso da emoção, “otimizada” pela compra de voto. É uma razão lógica para o político enveredar nesta “regra”. Tem ainda mais: quanto menos informada é a população de eleitores, mais a emoção acompanhada da “bondade” é eficaz para conseguir votos. Embora isso seja pouco ou nada mais divulgado, a tentativa de envolver as emoções no turbilhão eleitoral é, provavelmente, a ferramenta mais importante de uma campanha. Em termos globalizados cerca de 70% dos eleitores brasileiros não têm o primeiro grau completo. Na visão dos políticos, dos publicitários e especialistas que dirigem campanhas eleitorais, é bem mais prático influenciar essas pessoas usando sua emoção do que a razão. Mostrar as dificuldades reais do país através de estudos técnicos, apresentar gráficos, discutir opções teóricas de caminhos a serem seguidos e propor planos de governo reais, tudo isso é considerado totalmente sem efeito, inútil, por aqueles que dirigem campanhas eleitorais. Qual foi, então, a solução encontrada para essas campanhas? O uso da emoção, da “bondade” e dos sentimentos humanos. Um discurso flamejante, teatral, humano, fraternal, igual, salvador, uma música envolvente com letra heroica e uma sequência estudada que mexem com a alma; essa é a fórmula básica da conquista de votos. Mas não é só emoção. No Brasil ela funciona junto com alguma coisa que pode parecer racional ao eleitor. Na maioria das campanhas para prefeito, foram  feitas pesquisas entre os eleitores, verificando quais são seus principais anseios e desejos. Se na pesquisa os eleitores demonstraram que queriam eleger um candidato que combata a corrupção, deu-lhe discurso contra a corrupção. A técnica foi trabalhar com as emoções e com os anseios e com dinheiro. A verdade pouco importou. Como os orçamentos públicos são sempre menores do que o eleitor quer, os candidatos foram aconselhados a prometer, sem tocar na questão dos recursos. Não há pudor: se prometeram tudo. E num pacote de emoção e promessas, evidentemente acompanhadas de críticas num momento especial que alguns municípios vivenciaram obviamente o que se apresentava como melhor se arrancaram os votos. Esses estavam concisos e certos de que, depois, ninguém iria cobrar as promessas, essas promessas tem remédio se sair pela tangente protegida por “porta vozes” cuja conduta se reversam a cada governo, não importa que seja governo de modo óbvio e contemplados pelo protecionismo que o poder lhes propicia.  Alias: Há até quem diga que promessa eleitoral não deve ser cobrada porque não é para valer. É claro que nisso tudo há exceções. Mas são poucas. Se todos nós voltássemos com mais razões e menos emoção, procurando ver o que representam e quem são realmente aqueles candidatos, o que eles fizeram e falaram no passado, certamente teríamos uma resposta mais eficiente e racional por excelência. Certamente teríamos um povo melhor. Mas esta é outra história que fica para outra vez. Uma retórica que será concebida por um eleitorado essencialmente politizado.
Antônio Scarcela Jorge

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