COMENTÁRIO
Scarcela
Jorge.
CONCEITO MORAL.
Nobres:
Parece que, para
algumas autoridades e não é de hoje nem deste ou daquele partido, elas se movem
não em um mundo de sonhos, mas, sim, em um mundo em que seus desejos, sempre
que atendidos, constituem a realização dos sonhos. Suas impressões éticas
sofrem uma forma de mutilação na base da própria satisfação, sem importar toda
a consciência coletiva, o sofrido povo brasileiro. Certos políticos
parecem prisioneiros de um estado mental de alienação social, incapazes
de evadir-se dele, porque lhes falta o aparelho psíquico de percepção da
realidade do País em que vivem, com seus problemas crônicos, frases e promessas
repetidas, mas jamais cumpridas, e a impunidade sistemática obtida nas
filigranas jurídicas que permeiam os códigos penais. A reforma política, por
exemplo, está há 15 anos à espera de votação. E só deverá sair o tal de
plebiscito em 2014. Se os políticos que cometem deslizes tivessem a percepção
da realidade brasileira, encontrariam a chave que lhes permitiria a liberdade
de agir eticamente sempre e isso os libertaria - pois a verdade sempre liberta
-, e seria o caminho natural para onde se abrigariam. É enjoativamente
repetitivo ficar analisando casos de corrupção, inclusive os que estão
ocorrendo, lamentavelmente, de maneira corriqueira também aqui no Estado do
Ceará, no meio, e no interior é uma situação “desastrosa” lamentavelmente em
comunhão de pessoas que se abrigam do poder, consequentemente usam da
“bajulação” como “único mérito” de se instar no governo. Mas não se pode fugir
da notícia. Esperar soluções é uma retórica enfadonhamente repetitiva até
porque um problema bem identificado é um problema metade resolvido, segundo os
melhores analistas. A questão que se coloca, entretanto, é que estamos
identificando, denunciando, reclamando e clamando por soluções de problemas há
muitos anos e o que vemos são apenas repetições, com uma ou outra novidade,
geralmente tecnológica, no modo de operação das fraudes ou da ausência de
moral.
Antônio Scarcela
Jorge.
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