COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
AÇÕES EQUIVOCADAS
Nobres:
Não precisa ser
“economista e cientista social” para perceber as ações equivocadas do governo
no sentido prático instar a percepção das causas em que levaram a manifestar
sua repulsa em protestos que tomaram conta de todo o país contra a política e
os políticos. É visível a fadiga das representações sindicais, associativas e o
enfraquecimento dos partidos. Neste cenário, a sociedade passou a protestar sem
uma pauta definida de reivindicações. Este fato demonstra uma crise de representatividade
e legitimidade. O cidadão deixou de sentir-se representado. Não são poucas as
zonas de desconforto que separam os brasileiros da atual configuração de nossa
"democracia representativa". Existe uma alta carga tributária e uma
contraprestação estatal insuficiente. Os casos de corrupção, para completar,
são divulgados todas as semanas pela imprensa. O governo brasileiro utiliza-se
do PIB isoladamente para nortear as políticas públicas, o que acaba sendo um
grande equívoco. Isso porque o PIB é um índice de mensuração importante em
relação ao desenvolvimento econômico, mas é cego para visualizar as
necessidades que determinam o desenvolvimento humano. O PIB leva em
consideração a produção nacional e a renda per capita, mas ignora fatores
importantes como a qualidade da educação, saúde, distribuição de renda,
segurança, transportes públicos, meio-ambiente equilibrado, previdência, acesso
à justiça e cultura. Quando a presidenta da República comemorou o aumento
do PIB, no seu primeiro ano de mandato, o fez como se isto tivesse beneficiado
a toda população brasileira. Não foi o que ocorreu. Não seria a hora do Estado
brasileiro mudar rumos e paradigmas de desenvolvimento
com a adoção de políticas públicas consistentes e não meramente
assistencialistas? – Chegou a hora de dar mais atenção aos atos de governo, não
priorizar o protecionismo no atendimento dos segmentos aproximados de seus
aliados e marchar para uma política onde a ação planejadora abdique de metas
que não priorize o corporativismo.
Antônio Scarcela Jorge.
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