IDEIAS – DN.
A mentira
A mentira não tem pernas tão
curtas, como se apregoa. Há delas longas, e as mentiras, de tão repetidas,
ganham foros de verdade. Ensinadas nas escolas, figurando em livros. De um
tempo a esta parte, a história do Brasil vem sendo recontada, pela ação de
historiadores de verdade e da verdade. A história pátria sempre foi um repositório
de mentiras repetidas à exaustão, para criar nas mentes falso ufanismo. Na
política, na administração, nos negócios, a mentira sempre se fez presente. Há
um fábrica de produzir mentiras, trabalhando 24 horas, nas múltiplas mídias, e
na imprensa, quando dirigida para fins espúrios. Também trabalha para fazer de
covardes, heróis; de mediocridades, sumidades; de presunçosos, modelos de
humildade. A outros crucifica em vida. - Os exemplos são muitos, as calúnias,
irreparáveis. Disseram tanto de tanta gente, e os fatos posteriores
demonstraram o contrário. Juscelino teria construído Brasília por ser dono de
todos os terrenos. César Cals, ministro das Minas e Energia, teria ajuntado
fabuloso tesouro. Mário Andreazza, ministro do tempo dos generais, seria detentor
de imensurável riqueza. Quantos fatos, quantas mentiras, quantas aleivosias,
delas não poupando sequer as esposas e os familiares. Nisso, e por isso, não se
entende a razão de tanta ganância pela conquista do poder, a razão de tanta
briga, tanta mesquinharia. Geralmente, o preço a pagar é alto, bastante alto.
Há sempre uma mentira à espreita, uma rede de arrastão preparada, uma perfídia
a ser proferida e ensinada. Há também a hipocrisia dos fariseus modernos,
transformados em arautos da verdade.
Eduardo Fontes.
Eduardo Fontes.
Jornalista e Administrador
Fonte: DN.
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