COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
O QUARTO SACRAMENTO.
Nobres
Na magnificência de minha
infância, orientado pelos meus pais e completamente
engajado na religião católica: aprendi, quando da preparação para a primeira
comunhão, que a confissão é um sacramento que envolve a remissão dos
pecados perante um padre que atua em nome de Jesus Cristo, é neste
momento que recebemos o perdão divino das faltas confessadas e de
uma penitência pela oração que é a reparação de danos causados pelo pecado.
Falando em escândalos e corrupção, nós chegamos à indagação: eles se confessam?
- Lembrei-me dos meus sete anos de idade, ajoelhado no confessionário da Igreja
de Nossa Senhora das Graças, frente ao Padre Francisco Soares Leitão, dizendo
que tinha brigado com meu irmão, que não tinha rezado antes de dormir e que
tinha desobedecido minha mãe e ido brincar em vez de fazer a lição. Então o
Padre Leitão, perguntava: estás arrependido? - Sim! - Então reze Um Pai Nosso; uma
Ave Maria, um Creio em Deus Pai e uma Salve Rainha. Eu estava perdoado! – “A
proposito, até na religião conquistamos um novo tempo por “obra” das reformas
empreendidas pelo ‘Concílio Vaticano II” no pontificado do Papa João XXIII –
alias, será santificado, juntamente com João Paulo II, ícones da Igreja Católica
do século XX, segundo noticias oriundas das fontes acreditadas do Vaticano. Em
decorrência natural, os tempos mudaram! - Hoje nos encontramos onde o conceito
de vida é completamente oposto na materialização ética, onde o compromisso é comprometer
a verdade. Será que eles pedem perdão? Quem? Os que desviaram dinheiro para
obras? Os que botaram o dinheiro limpo nas partes mundanas, ou melhor, na
cueca? Os que fizeram conchavos com condenados pela Justiça? Os que ajeitaram
parentes no serviço público? Os que se aposentaram com oito anos de serviço? O
que têm mordomo pago com dinheiro público e que ganha mais que um médico? Os que
participam de toda patifaria com a finalidade de corromper-se? O corrupto que
afirmou a roubalheira como sendo legal e, depois se arrependeu! – e finalmente,
os que não estão nem aí para opinião pública? E, se confessam, estão realmente
arrependidos? Qual será a quantidade de orações para reparação dos danos
causados pelos pecados? – Pedir desculpas olho no olho pelas frustrações que
causamos, por termos sido omissos, reconhecendo nossos erros, sem
intermediários. Quais dos senhores se habilitam? A população brasileira espera
sentada no confessionário para redimir dos pecados e materializar a nação.
Antônio Scarcela Jorge
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