quarta-feira, 17 de julho de 2013

COMENTÁRIO - SCARCELA JORGE - 17 DE JULHO DE 2013



COMENTÁRIO
Scarcela Jorge

SAÚDE É QUESTÃO DE SERIEDADE.


“Do outro lado da moeda”

Nobres:
É padrão do governo (em qualquer época, e o atual piorou) encontrar soluções paliativas para os problemas do povo brasileiro. Sabemos sobre as dificuldades materiais existentes no sistema de saúde brasileiro, criados por eles mesmos e que se transferem com desculpas esfarrapadas e que não mais prá dar convencer a sociedade com inverdades que se proclamam. Não precisa dizer da outra face real que nos aflige. A sociedade é por unanimidade para conhecer muito bem essa realidade e os números que entristecem e nos envergonham como cidadãos. Contemplamos não sem indignação, que esta decisão do governo é um desvio de tudo aquilo que o cidadão  tem lutado em todos os sentidos. A questão da saúde pública que é um pontal para o doente “entrar no inferno – o SUS”.  A classe médica não é culpada pela má gestão crônica e irresponsável na saúde. Eles padecem também, junto com os seus pacientes, pelas mesmas deficiências na infraestrutura, desorganização e injustiça que levam ao sofrimento de milhões de brasileiros. Parece que aumentando o número de médicos, ou então melhorando a sua distribuição, poderíamos resolver tudo. E importar médicos e instituir um serviço médico obrigatório durante dois anos aos formandos que entrarem a partir de 2015 seria a solução mágica para um problema altamente complexo. Seria como tratarmos um câncer grave, que é uma doença crônica, apenas com um tratamento agudo e paliativo como uma aspirina. É claro, que no mundo real, isso não deve funcionar. Este governo, que costuma reinventar a roda na economia (cujas consequências estamos todos vivenciando), agora também está fazendo o mesmo com a saúde. É verdade que o descaso com ela é histórico, e não nasceu nesta gestão. Entretanto, com medidas oportunistas como essa, corremos o risco de atrasar ainda mais as reformas que são urgentes e necessárias. Mas, afinal, quem são os médicos brasileiros? Por que se recusam a ocupar os postos em tantas cidades onde poderiam ter salários dignos e muito superiores à maioria da população brasileira? Muitos talvez desconheçam, mas o médico, aqui no Brasil, tem, em sua maioria, uma formação técnica e humana muito boa, comparável à de muitos países desenvolvidos. Com a diferença de que são preparados para tratar as doenças que afligem a nossa população. Com os recursos escassos e a falta de investimentos, a burocracia e a falta de planejamento, poucos médicos no mundo conseguiriam fazer até mesmo o que fazem por aqui. Importar quem vive em outra realidade, sem mudar a realidade aqui, é, na linguagem científica, experiência. A medicina exige uma dedicação contínua e um compromisso com o paciente. A imagem do médico-sacerdote, quase um mágico, não resolve mais os problemas atuais. Não basta ter o médico presente, sem uma equipe e infraestrutura adequada. Ao reinventar a roda, o governo deixa de lado todas as experiências positivas existentes em outros países, e que poderiam ser aplicadas também aqui. Tal qual na televisão, estamos assistindo às mesmas novelas de novo, com formatos aparentemente mais modernos e dinâmicos. A história se repete. Mas, para um país como o nosso, repetir é ficar no passado e achar graça das formigas saindo do nariz do povo brasileiro, que são considerados de “bestas” governado por uma geração de político, altamente sagaz e maquiavelista em todas as ações.
Antônio Scarcela Jorge.

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