COMENTÁRIO
Scarcela
Jorge
SAÚDE É QUESTÃO DE SERIEDADE.
“Do outro
lado da moeda”
Nobres:
É padrão do governo (em qualquer
época, e o atual piorou) encontrar soluções paliativas para os problemas do
povo brasileiro. Sabemos sobre as dificuldades materiais existentes no sistema
de saúde brasileiro, criados por eles mesmos e que se transferem com desculpas
esfarrapadas e que não mais prá dar convencer a sociedade com inverdades que se
proclamam. Não precisa dizer da outra face real que nos aflige. A sociedade é
por unanimidade para conhecer muito bem essa realidade e os números que
entristecem e nos envergonham como cidadãos. Contemplamos não sem indignação,
que esta decisão do governo é um desvio de tudo aquilo que o cidadão tem lutado em todos os sentidos. A questão da
saúde pública que é um pontal para o doente “entrar no inferno – o SUS”. A classe médica não é culpada pela má gestão
crônica e irresponsável na saúde. Eles padecem também, junto com os seus pacientes,
pelas mesmas deficiências na infraestrutura, desorganização e injustiça que
levam ao sofrimento de milhões de brasileiros. Parece que aumentando o número
de médicos, ou então melhorando a sua distribuição, poderíamos resolver tudo. E
importar médicos e instituir um serviço médico obrigatório durante dois anos
aos formandos que entrarem a partir de 2015 seria a solução mágica para um
problema altamente complexo. Seria como tratarmos um câncer grave, que é uma
doença crônica, apenas com um tratamento agudo e paliativo como uma aspirina. É
claro, que no mundo real, isso não deve funcionar. Este governo, que costuma
reinventar a roda na economia (cujas consequências estamos todos vivenciando),
agora também está fazendo o mesmo com a saúde. É verdade que o descaso com ela
é histórico, e não nasceu nesta gestão. Entretanto, com medidas oportunistas
como essa, corremos o risco de atrasar ainda mais as reformas que são urgentes
e necessárias. Mas, afinal, quem são os médicos brasileiros? Por que se recusam
a ocupar os postos em tantas cidades onde poderiam ter salários dignos e muito
superiores à maioria da população brasileira? Muitos talvez desconheçam, mas o
médico, aqui no Brasil, tem, em sua maioria, uma formação técnica e humana
muito boa, comparável à de muitos países desenvolvidos. Com a diferença de que
são preparados para tratar as doenças que afligem a nossa população. Com os
recursos escassos e a falta de investimentos, a burocracia e a falta de
planejamento, poucos médicos no mundo conseguiriam fazer até mesmo o que fazem
por aqui. Importar quem vive em outra realidade, sem mudar a realidade aqui, é,
na linguagem científica, experiência. A medicina exige uma dedicação contínua e
um compromisso com o paciente. A imagem do médico-sacerdote, quase um mágico,
não resolve mais os problemas atuais. Não basta ter o médico presente, sem uma
equipe e infraestrutura adequada. Ao reinventar a roda, o governo deixa de lado
todas as experiências positivas existentes em outros países, e que poderiam ser
aplicadas também aqui. Tal qual na televisão, estamos assistindo às mesmas
novelas de novo, com formatos aparentemente mais modernos e dinâmicos. A
história se repete. Mas, para um país como o nosso, repetir é ficar no passado
e achar graça das formigas saindo do nariz do povo brasileiro, que são
considerados de “bestas” governado por uma geração de político, altamente sagaz
e maquiavelista em todas as ações.
Antônio Scarcela Jorge.
Nenhum comentário:
Postar um comentário