Para Cardozo, visita do Papa mostra Brasil pronto para grandes eventos.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta segunda-feira
(29) que os resultados da participação do Papa Francisco na Jornada Mundial da
Juventude, no Rio de Janeiro, mostraram que o Brasil está “inegavelmente”
preparado para sediar, com segurança, grandes eventos. Cardozo deu a declaração
durante entrevista coletiva em que comentou as ações de segurança na Jornada. -
“A segurança procurou em nenhum momento tolher a vontade do Papa. Assim fizemos
e, feito o balanço hoje, foi uma situação de grande êxito. Falhas às vezes
acontecem, mas o esforço que foi feito mostra que o Brasil está preparado para
grandes eventos, do ponto de vista da segurança pública, de forma inegável” - De acordo com Cardozo, o Vaticano anunciou com apenas 48 horas de
antecedência que o Papa Francisco não aceitaria usar carros blindados e que
transitaria com a janela aberta. Com isso, o esquema de segurança organizado
pelo governo brasileiro teve que se modificar de última hora. - “Tínhamos um
roteiro grande, eram praticamente 20 eventos, com grandes trechos de
deslocamento, que o Sumo Pontífice quis fazer em via terrestre e não por outro
meio, o que implicou grande esforço de segurança, que foi exitoso. O Papa não
só não andou em veículo não blindado como também parou o carro e desceu para
cumprimentar os fiéis”, disse o ministro. - De acordo com Cardozo, o
"balanço positivo" se deve à atuação integrada das forças de
segurança, com participação de policiais federais, policiais civis, policiais
militares, Exército, Marinha, Aeronáutica e homens da Força Nacional. - "O
que posso dizer é que tivemos um padrão de entendimento que mostra o avanço do
Brasil nessa área. O legado que deixamos é o aprendizado dessas forças
trabalharem em conjunto", afirmou o ministro. - Cerca de 3 milhões
de pessoas participaram da Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro,
segundo Ministério da Justiça. A pasta informou que empregou 6.008
profissionais de segurança no evento. - Deste total, 2.553 foram policiais
federais, sendo que 700 homens trabalharam diretamente na segurança do Papa
Francisco. Foram utilizadas 138 viaturas da PF, duas lanchas, dois botes
flexíveis, 2 helicópteros e 2 jet skis. De acordo com o ministério, o Papa
participou de 20 atividades diferentes e cada deslocamento foi acompanhado em
tempo real por GPS, Câmeras de vídeo e imagens de helicópteros. - Da Polícia
Rodoviária Federal, participaram 2.050 homens, 400 viaturas, 300 motos e 3
helicópteros. Atuaram ainda 1405 homens da Força Nacional. - De acordo com o
Ministério da Justiça, não foi registrada nenhuma morte de peregrinos durante a
Jornada Mundial da Juventude, nem mesmo nas estradas. Houve, de acordo com a
pasta, 3 acidentes no retorno dos peregrinos, mas sem mortes. - Foram
vistoriados durante a jornada 9.787 ônibus, o equivalente a 50% da frota
legalizada do país, e 95 veículos foram retidos por irregularidades. A operação
da PRF para a Jornada Mundial da Juventude continuará até o dia 2 de agosto. - O
ministro da Defesa, Celso Amorim, também apresentou balanço da atuação das
Forças Armadas. Segundo ele, houve ação de prevenção de terrorismo e
participação de 13.723 militares durante a Jornada Mundial da Juventude, sendo
11.664 no Rio de Janeiro e 2.059 em Aparecida do Norte. - De acordo com o
ministro, o evento “transcorreu de forma tranquila”. “Acho que conseguimos
garantir a segurança sem constrangimentos. Acho que esse é o centro dessa
operação conjunta”, destacou.
'Deslize'
O ministro José Eduardo Cardozo explicou o erro na segurança do Papa no
primeiro dia do pontífice no Brasil. Ao se deslocar do Aeroporto do Galeão ao
centro do Rio, o carro ocupado pelo Papa entrou em uma rua congestionada e
repleta por ônibus.
Parado no trânsito, o veículo foi cercado por pessoas que tentavam tocar
no papa. Segundo o ministro da Justiça, a falha ocorreu porque o representante
da prefeitura na reunião em que foi traçado o roteiro de deslocamento não
repassou as informações ao Centro de Controle de Trânsito do Rio de Janeiro. - A
orientação, de acordo com Cardozo, era que a rua fosse bloqueada e que o acesso
de carros e ônibus naquela via fosse interrompido, o que não ocorreu. “Houve
uma desconexão porque a pessoa da prefeitura não repassou o roteiro para o
centro de controle de trânsito. Aqueles ônibus não deviam estar lá. Se
imaginava que eles não estariam lá. Mas a avaliação é que os próprios homens da
comitiva estavam serenos, não houve risco, porque as pessoas que cercavam o
Papa estavam querendo só se aproximar do pontífice”, disse Cardozo. - Segundo o
ministro o incidente no primeiro dia o Papa no Brasil foi “o único momento de
um deslize.” O ministro afirmou que dois dias antes da chegada do Papa em
Aparecida do Norte foi encontrada uma pequena bomba caseira no estacionamento
da Basílica de Nossa Senhora de Aparecida, visitada pelo pontífice durante a
vinda ao Brasil. - “Era um tubo de plástico, caseiro. Mas não acreditamos que
ele tenha sido colocado ali com o intuito de atingir o santo padre”, disse
Cardozo.
Fonte: - G1.
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