COMENTÁRIO
Scarcela
Jorge
ESTATÍSTICAS REVELAM QUE SE ENCONTRAM
OS MUNICÍPIOS.
Nobres:
O Estado contraditório em espécie
da nação que por esta forma estabelece o primórdio civilizatório cruzado aos
mais altos interesses do corporativismo que eleva a reivindicar o governo da
União, envolto as questões bem similares a seus entes. Por esta questão os
municípios brasileiros, cujos governantes estiveram em Brasília para pedir mais
verbas ao governo federal, são responsáveis pela criação, na administração
direta, de 64 mil cargos comissionados, de livre nomeação e preenchidos sem
concurso público, entre 2008 e 2012. A bem da verdade, no início do primeiro
ano de gestão alguns prefeitos realizaram
contratações numericamente absurdas e que levou para o caos administrativo sob
pretexto de assegurar uma suposta sustentação de governo. Retomamos numa forma
bem ramificada e quase unânime desses municípios, que são orientados por uma
rede comum englobada em todos os setores que atendem as comunas brasileiras. Sabemos
que a administração direta é aquela exercida diretamente pelos municípios por
meio de secretarias, departamentos e outros órgãos, e não inclui a desempenhada
por pessoas jurídicas na forma de autarquias, fundações públicas, empresas
públicas, sociedades de economia mista e associações públicas. Os dados foram
obtidos a partir da Pesquisa de Informações Básicas Municipais de 2012,
divulgada no início do mês pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). Em alusões as estatísticas de 2012 em que atuais gestores gostam de se
proclamar e que se dizem estarem isentos por razão natural, é mais um pretexto
para se situar, pois em sua maioria, nada fizeram para atenuar efeitos: - ao
contrário – o caso está pior! Vejamos: - O percentual de cargos em comissão na
administração direta dos municípios brasileiros em relação ao total de
servidores é de 12,4%. Considerando-se os municípios com população até 5 mil
habitantes, essa fatia tem uma pequena variação para baixo, chegando a 11,7%.
Nos municípios de porte grande, com mais de 500 mil habitantes, o percentual
cai para menos da metade: 4,6%. Isso significa que, quanto menor a prefeitura,
maior o peso do funcionalismo comissionado. - Porta-vozes do movimento
municipalista enchem os pulmões para reclamar da falta de recursos. Queixam-se
de que cabe às prefeituras a maior parte do fardo em serviços como saúde,
educação e transporte. Afirmam que as desonerações fiscais concedidas pelo governo
federal acabam por drenar recursos do Fundo de Participação dos Municípios
(FPM), de onde vem a maior parte de seu financiamento. Ora, essas demandas, por
justas que sejam, são incompatíveis com a manutenção de um quadro inchado de
cargos de confiança. O panorama que emerge da pesquisa do IBGE sugere que
prevalecem resquícios do fenômeno no clássico Coronelismo, Enxada e Voto, de “filhotismo”:
o velho sistema de lealdades pelo qual os chamados coronéis do Interior
distribuíam nomeações a apadrinhados em troca de apoio. O vício do empreguismo,
que não ocorre apenas no âmbito municipal, mas em todas as instâncias da
administração pública, continua sendo um dos grandes entraves para o
desenvolvimento do país. A carga tributária brasileira, que atingiu o recorde
de 36,27% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado, acaba sendo
parcialmente utilizada para sustentar uma máquina administrativa baseada em
compadrio e privilégios, sem nenhum espírito republicano, ficando o cidadão
comum desassistido de serviços e obras. É chegada a hora de cobrar de prefeitos
e demais autoridades municipais o enxugamento da máquina pública exigido por
tantos munícipes que saíram às ruas, também no Interior, desde meados de junho.
Tudo leva a crer pela dependência de setores da sociedade setorial dos
municípios em comum para o gestor-mor as mobilizações virão aqui de forma
paulatina, todavia comprovarão a ansiedade popular para melhoria de vida dos
munícipes.
Antônio Scarcela Jorge.
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