COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
COPA DAS CONFEDERAÇÕES CIENTISTAS DO
LULOPETISMO.
Nobres:
A despeito de conquistar a Copa
das Confederações pela seleção brasileira, alias, ganhou com grande mérito: em
outro lado não isentou a inquietação popular para o grande vento esportivo que
veio desencadear um dos formatos causadores do ensejo. Por esta razão ainda
enseja um acompanhamento de analistas especializados na arte da empulhação
dedica-se, agora, a criticar os cartazes dos manifestantes que contrapõem a
Copa à “saúde” e à “educação”. No seu pronunciamento desesperado do fim da
“semana quente”, Dilma Rousseff recorreu aos sofismas desses analistas para
exercitar o ilusionismo. Os recursos queimados na fogueira das arenas “padrão FIFA”,
disse a presidente, são “fruto de financiamento”, não dinheiro do Orçamento.
Mas ela não disse que a fonte dos financiamentos concedidos pelo BNDES são
títulos de dívida pública emitida pelo Tesouro, nem que a diferença entre os
juros reais pagos pelo Tesouro e os juros subsidiados cobrados pelo BNDES é
coberta pelos impostos de todos os brasileiros, da geração atual e da próxima.
- A “verdade técnica” da presidente não passa de um véu destinado a esconder o
significado financeiro da festa lúgubre promovida pela FIFA e pelo governo
brasileiro. No seu conjunto, a operação Copa 2014 é uma vasta transferência de
renda da população para a FIFA, as empresas patrocinadoras do megaevento e as
empreiteiras contratadas nas obras civis. Uma CPI da Copa revelaria as minúcias
da rapinagem, destruindo no caminho governante em todos os níveis que se
engajaram na edificação de elefantes brancos com recursos públicos. É com a
finalidade de evitá-la a qualquer custo que uma corrente de parlamentares
resolveu aderir à ideia de uma CPI da CBF. Sob a pressão das ruas, cogita-se a
hipótese de entregar os escalpos de José Maria Marin e Ricardo Teixeira numa bandeja
de prata para salvar a reputação das autoridades políticas cujas assinaturas
estão impressas nas leis e contratos da Copa. - “O Brasil nos pediu para sediar
a Copa do Mundo. Nós não impusemos a Copa do Mundo ao Brasil.” Joseph Blatter,
o poderoso chefão da “família FIFA”, não mente quando repete seu mantra
preferido. O “Brasil”, na frase, significa “Lula da Silva”. A Copa mais cara da
história é a síntese perfeita do legado político do presidente honorífico. À
entrada do Mineirão, no jogo entre México e Japão, funcionários a serviço da FIFA
arrancaram das mãos de dois torcedores cartazes onde estavam escritas as
palavras proibidas “escola” e “saúde”. Os batalhões de choque em postura de
batalha no perímetro de “segurança nacional” da Copa e os agentes da censura
política em ação nos portões das arenas protegem mais que a imagem da FIFA e
das marcas associadas. Eles protegem, sobretudo, a imagem de Lula, o regente da
festa tétrica e que se ausentou fugindo da “raia” para que não arranhe a imagem
que ostenta na camada aculturada e sobrevivente do protecionismo eleitoreiro
dos programas sociais por ele “adotado”.
Antônio Scarcela Jorge.
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