JORNAL BRASÍLIA CAPITAL
Opinião
ARTIGO DE SEGUNDA
‘O Terceiro povo’
*Antônio Bezerra Campos
‘O Terceiro povo’
*Antônio Bezerra Campos
Ainda altas a
pressão arterial e a adrenalina dos governantes brasileiros, em face dos
últimos acontecimentos que os abalam. São fartas as notícias de desmandos
levados a cabo em todos os poderes da República. E isto os torna cada vez mais
desacreditados, enquanto instituições, pelo termômetro da opinião pública,
exibido especialmente com o deflagrar dos movimentos
populares organizados através das redes sociais na internet, que colheu
subitamente a todos.
O impacto, já nos primeiros afufos, demonstra a capacidade
mobilizadora com resultados bem mais devastadores – que os protestantes chamam
avanços – em episódios futuros. Ainda no ebulir dos acontecimentos movidos ao
sabor do descrédito a que se submeteu o sistema de governo brasileiro, com sua
estrutura mega-fóbica, contaminada num plano maior pelo vírus da corrupção, que
se alastrou e tomou corpo nos últimos anos e sucessivos governos, em quase nada
mudando ou avançando, sequer prometendo que rume no sentido de vê-lo
modificado.
Mergulhado, pois, nesse lamaçal, pressionado pelas
manifestações populares espontâneas, e acuado na vulnerabilidade dos seus
mecanismos de defesa, de inteligência, informação e estratégia, que se
revelaram inoperantes diante dos acontecimentos que noticiam a espionagem
norte-americana sobre nosotros tupiniquins, demonstrando o quão estamos nas
mãos do Tio Sam, que, mesmo sem saber tocar pandeiro, dá a marcação do samba. É
assim que parece se encontrar o governo Dilma.
Mas isto é o que ocorre com quem tenta servir a dois
senhores, contrariando a orientação lógica. O sistema petista de governar peca,
dentre outras coisas, pela sede de poder, sequiosa. Com isso, fez compromisso
com o empresariado, que bancou, em tese, toda a campanha que o fez chegar ao
comando da nação, enquanto do outro lado está a classe trabalhadora, que o fez
partido e dele cobra as promessas.
Como terceiro polo, o terceiro povo, a clientela dos
denominados programas sociais, que são tantos, dentre os quais as bolsas
família, escola, que nos interiores nordestinos são chamados bolsa neném, um
estímulo à procriação não planejada que faz crescer, além das barrigas, as
vilas e favelas.
Quem, politicamente falando, sobreviver a essa avalancha tormentosa que se parece anunciar, decerto terá aprendido a lição, e de alguma forma poderá contribuir para a melhoria do mundo, que passará necessariamente por reformas profundas. E, na dúvida, acenderá uma vela pedindo pra Deus ajudar e outra ao diabo, para não atrapalhar.
Quem, politicamente falando, sobreviver a essa avalancha tormentosa que se parece anunciar, decerto terá aprendido a lição, e de alguma forma poderá contribuir para a melhoria do mundo, que passará necessariamente por reformas profundas. E, na dúvida, acenderá uma vela pedindo pra Deus ajudar e outra ao diabo, para não atrapalhar.
*Antônio
Bezerra Campos
Advogado – novarrussense
- Colunista do Brasília Capital -
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