COMENTÁRIO
Scarcela
Jorge
AUSÊNCIA DO NORMATIVO
Nobres:
O Brasil em relação aos poderes
de Estado, o povo perdeu a fé, a esperança, e a caridade. Isso é anomia, ou
seja, desintegração das normas que regem as condutas e garantem a ordem social.
O povo chegou ao ponto de saturação e simplesmente não suporta mais tanta
improbidade, corrupção, indignidade e incoerência. Já o Estado, diante do que
vê nas ruas, dá mostras de completa desorientação. Seria tão simples reger com
probidade, dignidade e coerência! Não haveria mensalão, nem mensalinhos, nem
emendas parlamentares como moedas de troca no balcão do poder, nem jatinhos,
nem jatões para assistir missa em Roma, nem Renan presidiria o Senado (quanta
desfaçatez!), nem tantos ministérios, nem companheiros nos tribunais, nem tanto
abuso de direitos, nem tamanha distância entre o modo de vida dos
frequentadores dos salões do poder e o modo de vida do povo, nem tanta
incoerência entre o piso que se prometeu ao magistério e os vencimentos que a
ele se paga. Asseguro-lhes, sob condições singelas, o povo não estaria nas
ruas. O governo Dilma é um morto-vivo que respira por aparelhos. Aparelhos
políticos, tutelados pelo poder. E por uma enxurrada de anúncios bilionários
proclamados, para auditórios nervosos, em aparições que soam fúnebres, do tipo
"reúne a família que a hora está próxima". - Não se vislumbram
saídas. A desatenção às leis da Economia está cobrando sua conta, que, como de
hábito, chega mais rápido a quem pode menos. O maldito modelo institucional brasileiro,
mal costurado, ficha-suja, nos deixa sem opção por essa via. Quantas vezes
votamos, em vão, no mal menor? De fato, o pêndulo que, nos países com boa
organização, oscila, periodicamente, segundo as leis da Física e da Política,
da direita para a esquerda e da esquerda para a direita, desaprumou no Brasil.
E balança, bisonho e sem tino, entre a esquerda e mais à esquerda. - Mudando de
assunto, sem mudar. Uma coisa que salta os olhos dos brasileiros de senso mais
apurado Pois nós conhecemos um sujeito nada santo que realiza portento bem
maior. Ele, com frequência consegue não estar em lugar algum. Desaparece. Some
aos olhos humanos. Falo de Lula. Sempre tão presente nas horas boas, toma chá
de sumiço quando a coisa encrenca. Desaparece. E não me digam que é lenda. Não.
É milagre mesmo. Milagre sem interferência divina. Coisas que ele faz por conta
de não sei quem. Ou melhor, sabemos. O homem que dá as cartas e joga de mão na
política brasileira há 10 anos sumiu de novo, como se nada tivesse a ver com o
que está acontecendo no país. Vai aparecer na hora certa no período eleitoral
como redentor.
Antônio Scarcela Jorge.
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