Entre os três sorteados, Ataídes
Oliveira foi o escolhido para relatar o processo.
Após uma sessão tumultuada, o senador Ataídes Oliveira
(PSDB-TO) foi escolhido, por sorteio, relator do processo contra o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) no Conselho
de Ética e Decoro Parlamentar do Senado.
Ataídes foi o terceiro nome sorteado para relatar o
caso. O primeiro foi o do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) que recusou
a relatoria depois de ter sido lembrado pelo presidente do colegiado, senador
João Alberto Souza (PMDB-MA), que o PSDB foi um dos apoiadores da representação
contra Delcídio, protocolada pela Rede pelo PPS.
“Para preservar o procedimento de qualquer impugnação,
eu achei mais prudente, sendo que foi o próprio presidente do Conselho de Ética
que levantou esse problema, declinar da indicação”, justificou Nunes.
Segundo o presidente do Conselho, na próxima
segunda-feira (21), Delcídio será notificado e a partir daí terá prazo de dez
dias úteis para apresentar a defesa prévia.
O relator terá cinco dias para
apresentar um parecer sobre o caso. Os prazos são suspensos durante o recesso
parlamentar que começa no dia 23 dezembro. Se o recesso não for suspenso, o
processo ficará para fevereiro.
Ataídes Oliveira falou logo após aceitar a relatoria.
— Acho que cada senador da República tem o direito de
fazer suas escolhas, eu não vejo dessa forma que senadores do PSDB estejam
impedidos de relatar o caso devido ao apoio do partido à representação contra
Delcídio. Eu tenho certeza que esse processo ocorrerá de maneira bastante
clara, sabemos da nossa responsabilidade com esse relatório.
Tumulto.
Além do caso de Delcídio, a sessão de hoje no Conselho
de Ética também tinha na pauta a escolha de um relator para uma representação
contra o senador Randolfe Rodrigues (Rede - AP). Apresentada em 2013, a
representação foi feita pelo deputado estadual Fran Soares Nascimento Júnior.
Ele acusa Randolfe de, durante o mandato de deputado
estadual, ter recebido propina do então governador do Amapá, João Capiberibe
(PSB-AP), hoje senador, em troca de apoio político.
Houve bate-boca entre o presidente do Conselho e
senadores.
João Alberto se recusava a ouvir a questão de ordem de Randolfe que
pedia o arquivamento do caso e insistia em seguir com o sorteio de um relator
para a denúncia.
Randolfe acusou João Alberto de usar o conselho como
instrumento de ameaça contra quem costuma apresentar representações contra
senadores. “Eu vi hoje o presente anunciar o futuro, espera que isso não
continue.
O ideal é que o presidente do Conselho de Ética seja
isento, seja um magistrado, disse Randolfe, sinalizando que o comportamento do
presidente do colegiado pode gerar problemas na condução dos trabalhos.
Fonte: Agência Brasil.
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