COMENTÁRIO
Scarcela
Jorge CRISES EM EVIDÊNCIAS
Nobres:
As diversas crises foram geradas pela ladroagem do
desgoverno lulista que atinge todos os setores ativos da nação. Ao mesmo tempo
“se considera” por um Congresso acuado pode também criar despesas, anulando o
efeito das medidas de austeridade. A alta do dólar e a crise da Petrobras têm
uma relação direta. Quanto mais alto o dólar, mais alta a dívida da Petrobras e
menor o alívio de caixa que ela está tendo com a decisão de manter os preços
dos derivados, apesar da queda da cotação do petróleo no exterior. A disparada
do dólar pode se reverter e tiver sido apenas o reflexo de um momento de maior
estresse, mas a tendência da moeda americana por todos os outros motivos,
internos e externos, é de permanecer subindo no médio prazo. A maior arma do
Banco Central, que foi o uso das medidas de intervenção no mercado futuro,
através dos swaps cambiais, hoje parece sem efeito. Parte da insatisfação
difusa contra o governo tem a ver com a inflação alta. Os governistas que foram
às ruas ontem culpam a política econômica pelo desconforto, quando na verdade
foi a administração anterior da economia, da própria presidente Dilma, e as
decisões erradas na energia que provocaram esse salto de preços que está
comprimindo o orçamento doméstico e das empresas. Os que não são governistas
acham que a presidente Dilma não manterá uma política econômica da qual sua
base discorda, e na qual ela nunca demonstrou acreditar. Nada é pior do que o
encontro de crises. No Brasil de hoje há pelo menos quatro se encontrando: a
econômica, a política, a energética e a da Petrobras. Pelo tamanho da empresa e
as ramificações da corrupção, esta crise tem potencial para fazer estragos em
várias áreas. A Sete Brasil está aí pedindo socorro ao BNDES, que tenta
empurrar o pepino para outros bancos, inclusive dois estatais, Banco do Brasil
e Caixa. Seus problemas financeiros atingem os fundos de pensão das estatais
que foram muito usados em todos os projetos do governo nos últimos anos. Entre
as empreiteiras, a maioria era tão dependente do governo que não se sustenta
sem os empréstimos do BNDES, sem as obras estatais, ou sem os contratos da
Petrobras. Todas elas devem aos bancos. Contratos que estão hoje sendo
cancelados, ou sob suspeição, foram usados para garantir produtos financeiros
que estão em fundos de recebíveis. Seguradoras venderam proteção contra
sinistros na expectativa de que só alguns acontecessem. E esses sinistros podem
virar realidade numa seqüência que as empresas de seguro não previam em seus
cenários. O dólar é como a febre, apenas o termômetro de outros problemas. É
derivado de algo mais.
Antônio
Scarcela Jorge.
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