sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - SEXTA-FEIRA,25 DE DEZEMBRO DE 2015

COMENTÁRIO
Scarcela Jorge

CRISES EM EVIDÊNCIAS

Nobres:
As diversas crises foram geradas pela ladroagem do desgoverno lulista que atinge todos os setores ativos da nação. Ao mesmo tempo “se considera” por um Congresso acuado pode também criar despesas, anulando o efeito das medidas de austeridade. A alta do dólar e a crise da Petrobras têm uma relação direta. Quanto mais alto o dólar, mais alta a dívida da Petrobras e menor o alívio de caixa que ela está tendo com a decisão de manter os preços dos derivados, apesar da queda da cotação do petróleo no exterior. A disparada do dólar pode se reverter e tiver sido apenas o reflexo de um momento de maior estresse, mas a tendência da moeda americana por todos os outros motivos, internos e externos, é de permanecer subindo no médio prazo. A maior arma do Banco Central, que foi o uso das medidas de intervenção no mercado futuro, através dos swaps cambiais, hoje parece sem efeito. Parte da insatisfação difusa contra o governo tem a ver com a inflação alta. Os governistas que foram às ruas ontem culpam a política econômica pelo desconforto, quando na verdade foi a administração anterior da economia, da própria presidente Dilma, e as decisões erradas na energia que provocaram esse salto de preços que está comprimindo o orçamento doméstico e das empresas. Os que não são governistas acham que a presidente Dilma não manterá uma política econômica da qual sua base discorda, e na qual ela nunca demonstrou acreditar. Nada é pior do que o encontro de crises. No Brasil de hoje há pelo menos quatro se encontrando: a econômica, a política, a energética e a da Petrobras. Pelo tamanho da empresa e as ramificações da corrupção, esta crise tem potencial para fazer estragos em várias áreas. A Sete Brasil está aí pedindo socorro ao BNDES, que tenta empurrar o pepino para outros bancos, inclusive dois estatais, Banco do Brasil e Caixa. Seus problemas financeiros atingem os fundos de pensão das estatais que foram muito usados em todos os projetos do governo nos últimos anos. Entre as empreiteiras, a maioria era tão dependente do governo que não se sustenta sem os empréstimos do BNDES, sem as obras estatais, ou sem os contratos da Petrobras. Todas elas devem aos bancos. Contratos que estão hoje sendo cancelados, ou sob suspeição, foram usados para garantir produtos financeiros que estão em fundos de recebíveis. Seguradoras venderam proteção contra sinistros na expectativa de que só alguns acontecessem. E esses sinistros podem virar realidade numa seqüência que as empresas de seguro não previam em seus cenários. O dólar é como a febre, apenas o termômetro de outros problemas. É derivado de algo mais.
Antônio Scarcela Jorge.

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