STF REJEITA CHAPA AVULSA E DÁ PODER AO
SENADO.
Maioria
dos ministros votou contra o parecer do relator do caso, Luiz Edson Fachin.
No
final, os magistrados derrubaram a chapa avulsa da oposição e o voto secreto
para eleger Comissão Especial do Impeachment.
Ao definir o rito do processo de impeachment da
presidente Dilma Rousseff, o STF (Supremo Tribunal Federal) tomou ontem
decisões que, na prática, anulam a comissão pró-afastamento da petista que
havia sido formada na Câmara dos Deputados e dão mais poder ao Senado no
processo.

Na semana passada, numa sessão secreta com direito até
a cabeçadas entre os parlamentares, a Câmara elegeu um colegiado
pró-impeachment, a partir de uma chapa avulsa indicada por oposicionistas e
dissidentes da base aliada. Mas, segundo o STF, não há previsão legal para
indicações sem o crivo de líderes partidários ou blocos.
O magistrado apontou ainda que o presidente da
Câmara mudou as regras para permitir o voto secreto e chapa avulsa no meio do
jogo diante da iminência de derrota. “A vida na democracia não funciona assim”,
criticou o ministro.

O STF também fixou que o Senado não fica obrigado a
instaurar o impeachment caso a Câmara autorize (com aval de 342 de 512
deputados) a abertura do processo. Para os ministros, a Câmara autoriza o
trâmite, mas cabe ao Senado decidir sobre a instauração.
Com isso, somente a partir da instauração do processo
por maioria simples (metade mais um, presentes 41 dos 81 dos senadores) no
plenário do Senado, a presidente da República seria afastada do cargo, por até
180 dias, até o julgamento final. A perda do mandato dependeria de aprovação de
54 dos senadores.
A palavra final ao Senado sobre o tema agrada ao
Planalto. Submerso em uma grave crise política, o governo conta com os
senadores para fazer contrapeso à oposição que vem enfrentando na Câmara.
Defesa
prévia.
Embora
o julgamento tenha beneficiado o Governo, um dos pedidos dele foi rejeitado por
unanimidade na Corte. Todos os ministros concordaram que a presidente não
deveria ter direito de apresentar defesa antes do acatamento do impeachment. Se
tivessem aceitado o argumento, o processo teria de voltar à estaca zero.
Gilmar Mendes.
O ministro Gilmar Mendes criticou a decisão da maioria
dos colegas de barrar a chapa avulsa, neste caso, formada pela oposição. Segundo
ele, até na época do regime militar chapas avulsas eram permitidas. Ele
argumentou que a formação desses grupos era uma forma de burlar “as oligarquias
políticas”, em que líderes definem quem participa de comissões.
Fonte: G1 – DF.Opinião.
Com
a decisão do STF sobre o Impeachment de Dilma, atribuída ao Senado, ao nosso vê, à Câmara como representação
popular, perdeu sua legitimidade transferindo para uma representação
parlamentar das unidades da federação brasileira.
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