Membros do PSC, Solidariedade e ala do PMDB tentam impedir cassação.
Eles conseguiram adiar duas vezes votação de parecer no Conselho de Ética.
No entra e sai diário do gabinete do presidente da
Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), alguns rostos são vistos com enorme freqüência,
são os deputados que integram a chamada “tropa de choque” do peemedebista.
Sempre a postos para fazer uma defesa enfática do
presidente da Câmara, deputados do PSC, Solidariedade, PTB, PSD e de ala do
PMDB se revezam na tentativa de inviabilizar o andamento do processo que
investiga Cunha por suposta quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética.
O líder do PSC, André Moura (SE), é um dos mais atuantes. Foi dele a questão de ordem que tentou anular a sessão do Conselho de Ética destinada à leitura do parecer do deputado Fausto Pinato (PRB-SP) pela continuidade do processo do presidente da Câmara. Moura foi o pivô da troca de acusações entre Cunha e a presidente Dilma esta semana.
Segundo o peemedebista, Dilma chamou
o deputado do PSC para propor que, em troca da aprovação da CPMF, o
PT votasse pelo arquivamento do processo por quebra de decoro parlamentar.
Outro grande aliado do parlamentar do Rio de Janeiro é
o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), que em nome da abertura do processo
de impeachment de Dilma disse estar disposto a defender Eduardo Cunha com todos
os meios possíveis no conselho. Ele se tornou, inclusive, membro
titular do colegiado logo após a saída do colega de partido Wladimir Costa
(SD-PA), depois de o processo de Cunha ser aberto.
“O Solidariedade entende que a única forma de ter o impeachment de Dilma é com o presidente Eduardo Cunha, então vamos defender Eduardo Cunha no Conselho de Ética”, já afirmou Paulinho da Força, como é conhecido.
Outro deputado que
demonstra disposição em atuar pela postergação do processo por quebra de decoro
parlamentar é Sérgio Moraes (PSD-RS), que conseguiu
paralisar por mais de duas horas a última reunião do colegiado ao acusar
o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) de “furar a fila” na entrada do conselho.
Conheça os
deputados que defendem Cunha:
Paulo
Pereira da Silva (SD-SP).
Aliado declarado de Cunha, Paulinho da Força foi um
dos articuladores da abertura de processo de impeachment da presidente Dilma.
No dia da decisão, passou horas entrando e saindo do gabinete do presidente da
Câmara.
Ele contou ter dito a Cunha que o acolhimento do pedido de afastamento
da presidente poderia render ao peemedebista votos favoráveis ao arquivamento
do processo por quebra de decoro no Conselho de Ética.
"Nosso partido tem uma posição de defender o
Eduardo. Queremos o impeachment da Dilma e achamos que é preciso manter o
Eduardo para conseguir o impeachment", disse Paulinho quando foi indicado
pela liderança do Solidariedade para integrar o conselho.
Manoel
Junior (PMDB-PB).
Manoel Júnior trabalhou ativamente na campanha do
colega de partido à presidência da Câmara. Ele é amigo de Cunha e, de acordo
com reportagem da revista Época, cantou seis músicas em festa de aniversário de
Cunha em Brasília.
No Conselho de Ética, é um dos deputados mais atuantes na
defesa de Cunha. Manoel Junior costuma apresentar reiterado questionamento nas
sessões do Conselho de Ética, como uma manobra para adiar ao máximo o andamento
do processo.
Felipe
Bornier (PSD-RJ).
O deputado federal ocupa o cargo de segundo-secretário
da Mesa Diretora da Câmara e teve um papel importante na articulação para
atrapalhar os trabalhos do conselho.
Em 19 de novembro, Cunha presidia uma
sessão no plenário principal quando, momentaneamente, deu o lugar a Bornier.
No
comando da sessão, Bornier
anulou a reunião do Conselho de Ética destinada à leitura do parecer prévio
do relator Fausto Pinato pela continuidade do processo do peemedebista.
A ação foi vista por deputados contrários a Cunha como
uma tentativa de blindagem. Depois de muito bate-boca, o presidente da Câmara
voltou atrás e anulou a suspensão da sessão do Conselho.
André
Moura (PSC-SE).
André Moura vive no gabinete de Cunha e atuava como
“emissário” do peemedebista em negociações com o Palácio do Planalto. No dia 11
de novembro, subiu ao palanque do plenário da Câmara para ler uma nota de apoio
à permanência no cargo do presidente da Câmara. Também foi dele a questão de
ordem que tentou anular a sessão do Conselho de Ética destinada à leitura do
parecer do deputado Fausto Pinato (PRB-SP).
Moura também foi pivô da troca de acusações entre
Cunha e Dilma esta semana. Segundo o peemedebista, Dilma chamou o deputado do
PSC para propor que, em troca da aprovação da CPMF, o PT votasse pelo
arquivamento do processo por quebra de decoro parlamentar. O governo nega essa
versão e acusa Cunha de fazer “chantagem”.
Sérgio
Morais (PTB-RS).
Atua em defesa de Eduardo Cunha no Conselho de Ética,
tentando inviabilizar a votação do relatório que pede a continuidade das
investigações do peemedebista.
Na última sessão do colegiado, conseguiu
paralisar por duas horas a reunião com uma discussão sobre o fato de o deputado
Onyx Lorenzoni (DEM-RS) ter “furado fila” ao entrar no plenário para registrar
presença. No caso de ausência de um titular, pode votar um dos suplentes da
comissão, pela ordem de chegada à reunião.
Onyx é suplente no conselho e
favorável à continuidade do processo de Cunha. Por isso, Sérgio Morais
protestou dizendo que ele teria burlado uma “fila” informal de deputados na
entrada do plenário.
Hugo Motta
(PMDB-PB).
Homem-forte de Cunha na CPI da Petrobras, o deputado
Hugo Motta foi escolhido para presidir o colegiado e capitaneou uma articulação
com partidos de oposição que evitou a convocação de delatores que pudessem
comprometer o presidente da Câmara.
Outro ponto polêmico à frente da comissão parlamentar
de inquérito foi a contratação, com o aval de Cunha, da empresa de investigação
Kroll. Apenas Motta e André Moura, que também integrava o colegiado, sabiam
quem eram os investigados e foram criticados mais uma vez por tentarem
acobertar Cunha.
Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA).
Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA).
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