Parlamentares
da oposição e da base consideraram rebaixamento 'esperado'.
A repercussão
entre políticos do rebaixamento da nota do Brasil.
A agência de classificação
de risco Fitch rebaixou a nota do Brasil e tirou o grau de investimento do país
nesta quarta-feira (16). Foi o segundo rebaixamento da nota brasileira feito
pela agência em dois meses.
A nota da dívida de longo
prazo do país em moeda estrangeira foi reduzida de BBB- para BB+, o primeiro
degrau do que é considerado grau especulativo. A agência também colocou a nota
do país em perspectiva negativa, indicando que ela pode voltar a ser rebaixada.
BRASIL REBAIXADO.
"O Brasil perdeu
novamente o selo de bom pagador de mais uma agência de classificação de risco.
Não é algo inesperado, pois o ajuste fiscal não surtiu os efeitos anunciados. A
presidente Dilma não tem apoio político de sua base para aprovar reformas
estruturais e colocou o Brasil em uma trajetória de crescimento da dívida que é
insustentável."
Deputado Carlos Sampaio
(PSDB-SP), líder do PSDB na Câmara.
“É um rebaixamento totalmente
esperado porque uma presidente sem credibilidade, uma presidente sem base no
Congresso, uma presidente que não tem apoio nem do seu vice-presidente, é
evidente que gera um sentimento de dúvida em investidores do mundo todo. E o
rebaixamento era natural. Parece-me que só a presidente Dilma não percebeu que,
enquanto ela continuar no poder, o Brasil vai cada vez mais ser rebaixado.”
Senador Humberto Costa
(PT-PE), líder do PT no Senado.
"Nós vimos com muita
preocupação essa notícia do rebaixamento. Apesar de estar entre as
possibilidades, é sempre muito ruim vê-la se concretizar. Mas é mais um forte
indicativo de que nós só vamos vencer essa crise econômica se sairmos da crise
política. É a crise política que instaura um clima de profunda desconfiança sobre
o futuro do país, nos joga na instabilidade e impede a retomada do
crescimento."
Deputado Marcos Rogério
(PDT-RO), relator do processo sobre Eduardo Cunha no Conselho de Ética.
"O Brasil passa por
uma série de situações que tem criado esse cenário. Tem problemas econômicos
não só no plano interno quanto externo, gerando insegurança jurídica e
instabilidade política, o que causa um ambiente de incertezas. A crise não é
pontual, é conjuntural.
Não começou aqui na Câmara dos Deputados e não termina
aqui. O governo tem uma crise de legitimidade também. Resolver a questão do
[presidente da Câmara, Eduardo] Cunha não resolve o problema.
Temos que
enfrentar todos os desafios, resolver essa questão sobre as investigações das
suspeitas sobre Cunha e também sobre o impedimento da presidente Dilma. Essa
questão de apontar os dois como pivôs da crise não é o caminho."
Senador Ronaldo Caiado
(DEM-GO), líder do DEM no Senado.
"Não está sendo o
desempenho de nossos setores produtivos, adversidades climáticas ou a concorrência
estrangeira que estão derrubando nossa economia. São os próprios erros do
governo, que não tem mais condições de tirar o País dessa situação criada pela
presidente.
O mundo todo já viu que caminhamos para o abismo e a classe
política está pagando pra ver. O desastre anunciado que só a classe política
faz de conta não enxergar. De repente discutimos uma pauta de votações na
Câmara e no Senado que nada tem a ver com a realidade. A única ferramenta que
temos é o impeachment e o estabelecimento de um novo governo que devolva a
credibilidade."
Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM),
líder do PC do B no Senado."
Nós já esperávamos isso.
Não há nenhuma surpresa, como foi o primeiro. Eu acho que tudo decorre a partir
do primeiro rebaixamento. É fato que a gente vive uma crise econômica grave,
que tem sido agravada por conta da crise política. O que nós precisaríamos
fazer no Brasil é o que os outros países estão fazendo, que convivem com um
índice de desemprego superior ao nosso, mas não estão vivendo este caos político.
Então, nós precisamos buscar a calmaria política para que, de forma unitária,
defendamos o Brasil e a nossa população."
Fonte: G1 – DF.
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