Suspeitos usavam informações
falsas de renda para receberem benefícios.
Entre os investigados há dois servidores públicos e empresários de Pontal.
A Polícia Federal indiciou 25 moradores de Pontal (SP), entre
eles funcionários públicos, por suspeita de aplicar um golpe no Programa Bolsa
Família do Governo Federal. Segundo o delegado Edson Geraldo de Souza, os
suspeitos usavam informações falsas de renda e constituição familiar para
receberem o benefício. O golpe movimentou cerca de R$ 150 mil.
As famílias começaram a ser investigadas em 2014, após
denúncia da Controladoria Geral da União (CGU). Souza explicou que as
informações fornecidas pelos suspeitos ao Bolsa Família foram cruzadas com
dados da Caixa Econômica Federal, do Instituto Nacional do Seguro Social
(INSS), da Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp) e da Secretaria
Nacional de Renda de Cidadania (SENAC).
"Havia entre os beneficiários, funcionários
públicos, empresários, autônomos, aposentados e pensionistas do INSS. Nós
cruzamos o maior número de dados possíveis, para eliminar a possibilidade de a
pessoa alegar que não sabia. De fato, com a consistência do número de informações
que foram feitas, é impossível a pessoa alegar que não sabia", disse.
Souza disse que o Bolsa Família é auto-declaratório,
ou seja, é o próprio candidato quem fornece as informações ao Governo Federal.
Em seguida, a família é visitada por um agente, que realiza uma entrevista para
confirmar os dados. A partir daí, o beneficiário é avaliado pelos critérios do
Programa e pode receber entre R$ 77 e R$ 154, segundo o delegado.
“O que as pessoas faziam era aumentar o número de
integrantes do núcleo familiar, incluindo netos, sobrinhos, ou omitir pessoas
que tinham renda. Quem tinha algum tipo de benefício previdenciário, ou estava
empregado, não era mencionado. Sempre mantendo o número de integrantes dentro
da renda permitida para o programa”, afirmou.
Dois servidores municipais e empresários com renda familiar
superior a R$ 3 mil estão entre os indiciados pela PF. O delegado descartou a
possível formação de quadrilha entre os suspeitos, assim como o envolvimento de
gestores do Bolsa Família. Os indiciados responderão por estelionato, cuja pena
pode chegar a seis anos e oito meses de prisão.
Fonte: G1 – DF.
Nenhum comentário:
Postar um comentário