A força-tarefa da Operação Zelotes, que investiga um
esquema de corrupção no Conselho Administrativo da Receita Federal (Carf), irá
tomar o depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para indagá-lo
sobre a suposta compra de medidas provisórias na época em
que o petista comandou o Palácio do Planalto.
O empresário Luís Cláudio Lula da Silva, filho caçula
do ex-presidente, é investigado pela Zelotes em razão de uma de suas empresas
ter sido contratada por R$ 2,5 milhões pela empresa Marcondes & Mautoni,
acusada de fazer lobby para a aprovação dessas medidas provisórias.
Os investigadores levantaram suspeitas sobre a
consultoria prestada por Luís Cláudio, que, segundo perícia da PF, teria se
baseado em informações disponíveis na internet. Os donos
do escritório estão presos e, um deles, já iniciou negociação para fazer delação premiada.
Responsável pela decisão, a desembargadora Neuza Maria
Alves da Silva definiu a operação de busca e apreensão como "flagrante
desproporcionalidade".
O ex-ministro Gilberto Carvalho, que foi chefe de
gabinete de Lula ao longo dos oito anos em que o petista presidiu o país,
também é investigado pela força-tarefa. Carvalho nega envolvimento na suposta
compra de MPs.
Por meio de nota, o Instituto Lula informou que o
ex-presidente "não tem qualquer relação com os fatos investigados".
"A medida provisória em questão foi editada e
aprovada pelo Congresso em 2013, quando ele não era mais presidente da
República. Mesmo sem ter sido notificado oficialmente para depor, Lula estará
como sempre esteve, à disposição das autoridades para contribuir com o
esclarecimento da verdade", diz o comunicado.
Os advogados de Luis Cláudio negam o envolvimento do
empresário no caso e afirmam que a empresa do caçula de Lula foi contratada
como prestadora de serviço e executou projetos devidamente entregues.
Fonte: G1 – DF.
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