'THE ECONOMIST' DIZ
QUE BRASIL ENFRENTA DESASTRE POLÍTICO E ECONÔMICO.
Primeira edição de 2016 da
revista traz o Brasil como principal tema.
Foto da capa mostra Dilma Rousseff com a cabeça inclinada para baixo.
A primeira edição de 2016 da revista britânica "The
Economist" traz como reportagem de capa "A queda do Brasil"
(Brazil's fall, em inglês), ilustrada com uma fotografia da presidente Dilma
Rousseff com os olhos fechados e a cabeça inclinada para baixo.
O texto da reportagem, já disponível no site da revista apesar de a edição
ter data de 2 de janeiro, diz que o Brasil enfrenta um desastre político e
econômico.
Procurado pelo G1, o Palácio do
Planalto informou que não comentará a reportagem da revista britânica.
Logo no início, a reportagem aponta que, no começo de
2016, o Brasil deveria estar exuberante, já que, em agosto, o Rio de
Janeiro será a primeira cidade da América do Sul a sediar uma
Olimpíada.
Essa seria uma chance para os brasileiros, de acordo com a revista,
de fazer o que eles sabem fazer melhor: uma festa espetacular.
A reportagem lembra, ainda, que, em dezembro, a Fitch
foi a segunda agência de classificação de risco a retirar a
nota de 'bom pagador' do país.
Além disso, aponta que Joaquim Levy,
nomeado por Dilma como ministro da Fazenda para estabilizar as contas públicas,
deixou o cargo menos de um ano à frente da
pasta.
A revista traz a avaliação de que o escândalo de corrupção
envolvendo a Petrobras investigado na Operação
Lava Jato prejudica o governo.
Além disso, aponta que a
presidente Dilma Rousseff, acusada de esconder o tamanho do déficit das contas
públicas, enfrenta um processo
de impeachment no Congresso Nacional.
Depois de argumentar que era esperado que o Brasil
estivesse na vanguarda do crescimento econômico, por representar a primeira
letra dos Brics (Brasil, China, Índia, Rússia e África do Sul), a reportagem
diz que, em vez disso, o país poder voltar a ter uma inflação galopante.
Em seguida, o texto aponta que apenas decisões
difíceis colocariam o Brasil de volta ao curso, mas diz que Dilma Rousseff não
parece ter "estômago" para tomá-las.
O Brasil sofre, como outras economias emergentes, com
a queda no preço das commodities no mercado internacional, de acordo com a
revista. A reportagem diz que Dilma e o PT pioraram a situação e, no primeiro mandato dela, o
governo teve elevados gastos com auxílios da Previdência e deu incentivos
fiscais para setores favorecidos da indústria.
Fazenda.
Depois de dizer que o PT era hostil em relação a Levy
e que a oposição não cooperou com ele na intenção de derrubar a presidente, a
reportagem aponta que o novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, tem apoio
do partido da presidente.
O texto informa que, apesar de ter participado do
"desastroso" primeiro mandato da presidente, Nelson Barbosa talvez
seja capaz de fazer mais como ministro da Fazenda.
No primeiro mandato de
Dilma, quando Guido Mantega era ministro da Fazenda, Barbosa era o
secretário-executivo da pasta.
O primeiro teste de Barbosa, de acordo com a revista,
será convencer o Congresso Nacional a trazer de volta um imposto impopular
sobre transações financeiras.
Para que a cobrança da CPMF seja retomada no
país, Câmara e Senado precisam aprovar a Proposta
de Emenda à Constituição (PEC) enviada pelo governo ao Legislativo que prevê a
volta do tributo.
Depois de apontar a necessidade de reformas, como a da
Previdência, o texto diz que é difícil se sentir otimista em relação a uma
reforma profunda.
A reportagem aponta que o PT não tem
"apetite" para a austeridade e diz que é uma tarefa difícil ter o
apoio necessário para fazer mudanças na Constituição, que é de três quintos em
cada Casa do Congresso.
Apuros.
Em setembro, a revista trouxe uma reportagem que diz
que a economia
brasileira está em apuros e a credibilidade fiscal do país está ruindo rapidamente.
Na ocasião, a revista fez críticas à proposta de
orçamento para 2016, apresentada pelo governo em agosto, que previa um
déficit de R$ 30,5 bilhões, equivalente a 0,5% do PIB.
Fonte: G1 – DF.
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