O Banco Central confirmou que a economia brasileira está em forte recessão.
O ano de 2016 começa com a inflação rondando a casa
dos 11%. A meta oficial, já abandonada há anos, é de 4,5%.
É uma lei que a física chama de inércia. O limão, em movimento,
quer continuar em movimento. A batata parada na gôndola tende a continuar ali
parada.
Neste ano alimentos e bebidas subiram mais de 12%, um
pouco pela seca do começo do ano e um pouco por inércia.
É como se um ônibus
fosse a economia do país e os passageiros, os preços.
Apesar da freada brusca,
os preços tendem a manter a aceleração. E por que usar a física para entender a
economia? O que inércia tem a ver com inflação?
São os economistas que estão dizendo.
Eles explicam
que depois que a inflação é acelerada, ela sofre o efeito da inércia e demora a
perder ritmo e cair.
É por isso que os preços devem continuar subindo no ano
que vem. A partir daí, 2016 começa muito parecido com 2015, com uma herança
difícil de administrar.
A física também pode ajudar a explicar o que aconteceu
com a inflação em 2015.
A pressão veio dos preços administrados, como energia
elétrica, gasolina, água e transporte público, represados desde 2014.
Quando no meio do ano, o governo sinalizou que não ia
cumprir a meta de superávit primário, a temperatura subiu e a desconfiança dos
investidores acrescentou a alta do dólar nessa fórmula. O resultado é que a
inflação explodiu.
A inflação deve fechar o ano acima da meta, na casa de
10,8%, e com o PIB encolhendo 3,6%, a gente recorre à economia mesmo para
explicar.
“Esse é o lado mais perverso dessa crise. É isso. É o
que o economista chama de ‘estagflação’. Você está em recessão, a economia está
encolhendo e, apesar disso, você tem uma inflação bastante resistente”, explica
Celso Toledo, economista da LCA Consultores.
Desse jeito, o pedido para 2016 desafia qualquer
ciência. “Que melhore para todos nós, que seja melhor. Tenho fé, mas não
acredito, não”, diz a empregada doméstica Rosânia da Silva.
Fonte: Agência Brasil.
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